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Após manifestações, Bolsonaro propõe pacto com Legislativo e Judiciário

Presidente deu entrevista ao Domingo Espetacular, da Record, e garantiu não estar “em litígio” com os demais Poderes

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1 de 1 bolsonaro59 - Foto: Reprodução / Flickr Planalto

Após as manifestações pró-reformas do governo ocorridas em 26 estados e no Distrito Federal, na noite deste domingo (26/05/2019), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) propôs um pacto com os Poderes Legislativo e Judiciário. Em entrevista à Record TV, o chefe do Executivo disse que é necessário conversar para colocar “para frente” projetos de interesse do Brasil.

Questionado sobre sua relação com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ)  – um dos alvos dos protestos deste domingo –, disse que tudo “vai indo bem”. E ainda falou em firmar um “pacto” entre os três Poderes”.

“Rodrigo Maia é uma pessoa diferente de mim, ele não tem o poder dentro da Câmara que eu tenho com os meus ministros. Mas ele é importante, acredito que esteja fazendo sua parte. Vou conversar com ele, com o Alcolumbre (presidente do Senado) e com o Toffoli (presidente do Supremo Tribunal Federal) para fazer um pacto para botar o Brasil para frente”, completou o presidente.

Bolsonaro também comentou as recentes declarações que teriam causado mal-estar com o Congresso. “Tudo que eu falo se transforma num tsunami contra o parlamento, eu não quero brigar com o parlamento. Falta conversar um pouco mais, para que coloquemos na mesa o que nós temos que aprovar para que o Brasil evolua”, afirmou. Ele ainda disse que, nos últimos tempos, Centrão – bloco de partidos da centro-direita – “virão palavão”.

O presidente também elogiou o comportamento das pessoas que foram às ruas. “Número de carros queimados? Zero. De depredação? Zero. Foi um povo ordeiro que veio pedir que nós trabalhemos para o bem do Brasil”, avaliou.

Manifestações
Durante a manhã e a tarde deste domingo (26/05/2019), milhares de pessoas foram às ruas em 156 cidades do Brasil, nas 27 Unidades da Federação (UFs), em apoio às reformas propostas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Os atos pró-governo também abrigaram críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ao grupo de parlamentares conhecido como Centrão.

Os manifestantes pediram a aprovação da Nova Previdência; a manutenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro; e a votação do pacote anticrime, também capitaneado pelo ex-juiz da Lava Jato, e da MP nº 870 da reforma administrativa do governo federal. Houve, igualmente, reivindicações a favor da Operação Lava Toga – com investigações a membros do Judiciário.

Os atos foram organizados pelas redes sociais. As convocações ganharam força após os protestos em defesa da educação do último dia 15 de maio, contra os cortes anunciados pelo governo para os ensinos superior e técnico federais. Na ocasião, o presidente chamou os manifestantes pró-educação de “idiotas úteis”.

Durante a entrevista deste domingo (26/05/2019), o presidente se desculpou. “Eu exagerei, concordo. O certo é que são inocentes úteis, são garotos inocentes que não sabiam o que estavam fazendo lá. Eles usam a inocência das pessoas para atingir o objetivo. Uma vez atingido, as primeiras vítimas serão essas pessoas. Essa garotada foi usada por professores inescrupulosos para fazer manifestação política contra o governo”, concluiu.

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