Após mais de 30 horas de viagem, Lula desembarca em Xangai, na China
Lula não falou com os jornalistas na chegada, que contou com um forte esquema de segurança montado pela polícia chinesa
atualizado
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Xangai — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pousou na China pouco depois das 11h (horário de Brasília) desta quarta-feira (12/4) e seguiu com a primeira-dama, Janja da Silva, e os demais integrantes de sua comitiva direto para o hotel, próximo à região central de Xangai.
Lula não falou com os jornalistas na chegada, que contou com um forte esquema de segurança montado pela polícia chinesa. Apenas acenou. Ele aparentava cansaço depois de uma viagem que, contando com as conexões em Lisboa e em Abu Dhabi, durou mais de 30 horas.
O presidente foi recebido no hall do hotel por uma banda de jazz que tocava músicas brasileiras — no exato momento da chegada, a banda tocava a melodia de “Se essa rua fosse minha”, uma das canções populares mais conhecidas do país.
A ex-presidente Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também acompanhavam Lula na chegada ao hotel.
Cercada por jornalistas, Dilma, que nesta quinta-feira (13/4) contará com a presença de Lula em uma solenidade para marcar sua posse como presidente do Banco dos Brics, evitou longas declarações.
O Metrópoles perguntou à ex-presidente se ela está feliz com a volta à cena pública. Dilma respondeu que sim e, bem ao seu estilo, tentou encerrar a conversa: “It’s the end of the ‘quebra-queixo’”, disse, referindo-ao jargão usado por jornalistas para definir entrevistas de improviso como aquela.
“Eu tenho certeza de que todos vocês estão muito felizes de estar aqui em Xangai”, emendou logo depois, diante da insistência dos repórteres. Perguntada se está gostando da China, onde está morando agora em razão do novo cargo, Dilma respondeu: “Eu sempre gostei muito da China”.
Compromissos na China
A sequência de compromissos de Lula na China inclui um banquete oferecido pelo presidente Xi Jinping no Grande Salão do Povo, o epicentro do poder chinês, e encontros com executivos de gigantes chinesas dos quais devem sair anúncios oficiais de investimentos no Brasil.
Um desses anúncios será feito pela companhia de energia State Grid, cujo CEO terá uma reunião privada com Lula no hotel onde o presidente se hospedará em Pequim.
Na manhã desta quinta (13/4), ele participará da solenidade de posse de Dilma Rousseff como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco dos Brics, criado pelo bloco de países emergentes que o Brasil integra junto com Rússia, Índia, China e África do Sul.
À tarde, o presidente visitará a gigante de tecnologia chinesa Huawei. Será recebido pelo CEO da companhia, Hua Liang. Executivos do braço da empresa que atua no Brasil estão na China para participar do compromisso.
Durante a visita, a Huawei apresentará ao presidente soluções tecnológicas que desenvolve em diversas áreas, entre elas as de saúde, segurança e telecomunicações – integram a lista inovações relacionadas à internet 5G e 6G.
Ainda em Xangai, Lula se reunirá no hotel com os presidentes das companhias chinesas CCCC, do ramo de comunicações, e BYD, fabricante de carros elétricos que o governo brasileiro quer que assuma a fábrica que a Ford fechou na Bahia.
Também nesta quinta, o presidente dará uma entrevista exclusiva para o canal de notícias CGTN, do governo chinês. A entrevista ao jornalista Wang Guang, apresentador do programa Leaders Talk, será gravada e nem o governo brasileiro sabe ainda quando irá ao ar.
A agenda em Xangai será encerrada com um encontro seguido de jantar com o secretário-geral do Partido Comunista Chinês na cidade, Chen Jining.
Em Pequim
No fim do dia, Lula partirá para Pequim, onde na sexta começa o dia recebendo mais um empresário, o CEO da State Grid, que na ocasião deve anunciar investimentos vultosos no Brasil, de acordo com o Palácio do Planalto. A empresa atua no ramo de energia.
Ainda pela manhã, Lula se encontrará no Grande Palácio do Povo com o líder do congresso chinês, Zhao Leji. Depois, na Praça da Paz Celestial, depositará flores no túmulo dos Heróis do Povo, um monumento a personalidades da revolução comunista chinesa.
À tarde, ele retorna ao Palácio do Povo para uma reunião com o primeiro-ministro, Liang Qing. Depois tem o esperado encontro com o presidente Xi Jinping, que está marcado para as 16h45, logo após uma cerimônia de recepção na frente do complexo, diante das câmeras – o encontro em sim, terá só a parte inicial aberta para registro, ainda assim por uma grupo restrito de profissionais de imagem. O encontro entre os presidentes será encerrado com um banquete oferecido por Xi Jinping, ainda no fim da tarde – os chineses têm o hábito de jantar cedo. Não haverá declaração conjunta.
À noite, Lula deve dar uma entrevista coletiva na embaixada do Brasil em Pequim e, depois, participará de uma recepção oferecida pelo embaixador Marcos Galvão. O retorno ao Brasil está programado para as 22h (horário de Brasília) de sexta-feira (14/4).