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Após garantir cargos, oposição ensaia reaproximação contra Bolsonaro

Lideranças começam a falar sobre a instabilidade dos blocos criados para a eleição da Câmara e se preparam para enfrentar pacote governista

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Hugo Barreto/Metrópoles
Posse na Câmara
1 de 1 Posse na Câmara - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Depois de sair dividida em dois blocos do processo de eleição para a Presidência da Câmara, que manteve o poder nas mãos de Rodrigo Maia (DEM), legendas de oposição ao governo de Jair Bolsonaro (PSL) ensaiam um processo de reaproximação.

O PT, que pouco antes da recondução de Maia corria o risco de ficar isolado, conseguiu assegurar a indicação do líder da Minoria e, para garantir a aliança com o PSB, aceitou um “rodízio” no posto, combinado com os socialistas antes da votação. Desta forma, o PT deve ceder a indicação aos socialistas. Estão no páreo para essa função dois parlamentares: Alessandro Molon (PSB-RJ) e Júlio Delgado (PSB-MG).

Com esse movimento, o nível de confiança nos petistas aumentou entre membros do PSB, antes refratários. O partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpriu o compromisso de indicar o deputado Rafael Motta (PSB-RN) para o cargo de 1º suplente da 4ª Secretaria da Câmara. Esta era a primeira vaga a qual os petistas tiveram direito na nova composição. Para a segunda vaga do partido, de 4º suplente, os petistas emplacaram o deputado petista Assis Carvalho (RN).

Ao ceder lugares na Mesa Diretora da Câmara e a indicação do líder da Minoria, o PT conseguiu evitar o isolamento, condição que começou a ser construída no ano passado, logo após a eleição, pelo PDT, sob liderança do ex-candidato à Presidência pelo partido, Ciro Gomes (CE) e seu irmão, o senador Cid Gomes (CE).

“O PT cumpriu o acordo e isso foi uma sinalização importante para que possamos continuar juntos”, destacou o deputado Bida do Pindaré (PSB-MA).

O PDT, assim como o PCdoB, legenda que esteve na condição de vice da candidatura petista de Fernando Haddad, se situaram no bloco de apoio à Maia, juntamente com legendas que não são necessariamente de oposição ao novo governo. Agora, políticos dos dois partidos já ensaiam um caminho inverso, de construção de uma oposição mais ampla e coesa.

No bloco liderado pelo PDT também figuram, além do PCdoB, partidos como o Podemos, alinhado ao governo de Bolsonaro, Solidariedade, Patriotas, PPS, PSDB, Pros, Avante, PV e PSC. Juntos, estes partidos somaram 105 deputados.

“Página virada”
O movimento de retorno à estrutura anterior da esquerda foi encabeçado pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que se deslocou a Brasília na semana passada. Além de se reunir com Maia, para quem Dino atuou fortemente entre os comunistas com o objetivo de garantir apoio a ele, o governador também buscou conversas com PT e PSB.

“É uma reaproximação natural”, disse Dino em entrevista ao Metrópoles. Para o governador, o desgaste entre o PCdoB e o bloco encabeçado pelo PT no debate travado no plenário da Câmara no início da sessão preparatória que elegeu Maia, é “página virada”. “Nós consideramos que isso é página virada. Foi algo circunscrito à eleição da Mesa”, argumentou.

“Creio que este episodio está superado e, não obstante, as divisões acerca de tática política, estamos unidos no [que é o] principal e temos certeza que estes partidos do campo nacional, do campo popular, estarão unidos”, afirmou Dino em referência aos partidos de esquerda.

O líder do PCdoB, Orlando Silva (SP), que protagonizou ataques ao PT no plenário, acusando a legenda de usar partidos como o PSol e o PSB, porém, não está tão convicto na dissolução do bloco. Ele, no entanto, assegura que haverá união entre os partidos de esquerda contra a pauta do Planalto. “Não tenho dúvidas de que haverá unidade na luta”, defendeu o deputado ao Metrópoles.

Pauta
O líder do PDT, André Figueiredo (CE), também contou que a legenda reavalia a conveniência ou não de manutenção do bloco. O partido perdeu a prerrogativa de indicar a liderança da Minoria mas, na formação do bloco, emplacou Mário Heringer (PDT-RJ) como 2º secretário.

Nessa tentativa de reaglutinar o campo da esquerda, porém, pesa contrariamente a influência dos irmãos Cid e Ciro Gomes, defensores ferrenhos de uma postura antipetista. Já o presidente do partido, Carlos Lupi, é menos resistente ao PT.

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