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Após escantear porta-voz, Planalto quer realocar Rêgo Barros no governo

Nesta semana, governo informou que cargo será “desativado”. Atualmente, função é exercida pelo general da reserva Otávio Rêgo Barros

atualizado

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José Dias/PR
13/05/2019 Briefing do Porta-voz da Presidência da República,
1 de 1 13/05/2019 Briefing do Porta-voz da Presidência da República, - Foto: José Dias/PR

Após anunciar que o cargo será “desativado” (entenda mais abaixo), o Palácio do Planalto passou a estudar a realocação do atual porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, dentro do governo federal.

Rêgo Barros é general da reserva do Exército e foi escolhido como porta-voz do governo, em janeiro do ano passado, pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Segundo auxiliares do presidente, a ideia é que a nova função seja anunciada junto ao decreto que desativará o cargo e trará a exoneração do militar da função de porta-voz – o que deve ocorrer nas próximas semanas. 

O martelo ainda não foi batido, mas, por enquanto, de acordo com esses auxiliares, o governo deseja que o militar seja transferido para o Ministério da Defesa.

Desde que assumiu a função de porta-voz, em 2019, Rêgo Barros costumava fazer um “briefing” diário com a imprensa, atualizando informações do governo, agendas e viagens presidenciais, eventuais decisões do chefe do Executivo, posicionamentos do governo, além de responder questionamentos de jornalistas.

Em 2020, esse hábito perdeu espaço no Palácio do Planalto. O motivo não foi informado.

Nos bastidores, fala-se no incômodo do presidente Jair Bolsonaro com o protagonismo do militar frente ao posto de porta-voz.

Quando deixou de realizar os briefings diários, Rêgo Barros passou a ler apenas notas do governo, sem mais responder questionamentos da imprensa – o que lhe rendeu o apelido de “porta-notas”. 

Mesmo com a mudança repentina, o presidente optou por suspender todas as atividades públicas do militar, fazendo com que Rêgo Barros ficasse às sombras do governo.

A escolha do porta-voz

Ainda nas primeiras semanas de governo, Bolsonaro foi aconselhado a escolher um porta-voz para evitar recuos em informações anunciadas pelo próprio presidente.

Dias após tomar posse como presidente da República, Bolsonaro fez três declarações que surpreenderam ministros do governo e provocou a reação de analistas do mercado. Foram elas:

  • a declaração de que iria, dentro da reforma da Previdência, propor idade mínima para aposentadoria de 57 anos para mulheres e 62 anos para homens;
  • a fala de que iria elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e reduzir alíquota do Imposto de Renda; e
  • a sinalização de que poderia impor restrições à compra da Embraer pela Boeing.
Cargo desativado

Na quarta-feira, o governo federal informou que o posto de porta-voz da Presidência será desativado nas próximas semanas.

A justificativa, segundo o governo, é que, com a edição da Medida Provisória 980 de 2020, que criou o Ministério das Comunicações, “toda a estrutura do governo relativa à comunicação foi reunida em uma mesma pasta”.

“Diante de toda reestruturação da Comunicação do Governo, o cargo de porta-voz da Presidência da República será desativado em novo decreto a ser publicado nas próximas semanas”, informou a Secretaria de Governo.

Outros presidentes

O presidente Jair Bolsonaro não foi o primeiro a adotar a função de porta-voz em seu governo.

Michel Temer escolheu o diplomata Alexandre Parola para o cargo, que também exerceu a função durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

No governo de Dilma Rousseff, o posto foi exercido por duas pessoas: o jornalista Thomas Traumann e o diplomata Carlos Villanova.

Já na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a função ficou a cargo do jornalista e cientista político André Singer.

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O porta-voz da Presidência da República, general Otávio do Rêgo Barros, fala à imprensa, no Palácio do Planalto.
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O porta-voz da Presidência da República, general Otávio do Rêgo Barros, fala à imprensa, no Palácio do Planalto.

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