Após dizer que não seguirá STF, Kalil vira alvo de bolsonaristas
Nunes Marques, ministro do STF, decidiu que celebrações religiosas podem ser realizadas em todo país. O prefeito de BH foi contrário
atualizado
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Após se autodeclarar contrário à decisão monocrática do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques de liberar celebrações religiosas em todo país, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD-MG), virou alvo de figuras políticas bolsonaristas.
Neste sábado (3/4), Kalil disse que mesmo com a decisão de Nunes Marques, Belo Horizonte não permitiria a realização de missas e cultos. Em seu Twitter, o gestor municipal afirmou que acompanha o plenário do STF e, portanto, “o que vale é o decreto do prefeito”. “Estão proibidos os cultos e missas presenciais”, enfatizou.
Em Belo Horizonte, acompanhamos o Plenário do Supremo Tribunal Federal. O que vale é o decreto do Prefeito. Estão proibidos os cultos e missas presenciais.
— Alexandre Kalil (@alexandrekalil) April 3, 2021
Com a declaração de Kalil, na madrugada deste domingo (4/4), Nunes Marques intimou o prefeito a cumprir “com máxima urgência” a decisão que liberou cultos e missas em todo o país. Mas até o momento, Kalil não se manifestou. Perfis de parlamentares e figuras do meio religioso se uniram para atacar o prefeito mineiro.
Nomes como o do deputado estadual de Minas Gerais, Bruno Engler (PRTB-MG) e deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), dedicaram várias publicações seguidas ao prefeito de BH.
Enquanto o rei boçal de BH se preocupa em destruir a fé das pessoas, a população ficará todo o fim de semana sem vacinar. Tá se importando mesmo com a saúde, pode acreditar! 👍 #KalilBarrabas
— Bruno Engler (@BrunoEnglerDM) April 4, 2021
O prefeito Alexandre Kalil é uma vergonha e está afrontando diretamente uma decisão do STF.
Cumpra a lei, prefeito! pic.twitter.com/hSIvVRBqlo
— Sóstenes (@DepSostenes) April 4, 2021
Os pastores evangélicos alinhados a Jair Bolsonaro (sem partido), também se manifestaram sobre o caso. Silas Malafaia, que está com Covid-19, e o deputado federal e pastor Marcos Feliciano (PSC-SP) não economizaram nas críticas a Kalil.
RESPOSTA AO PREFEITO DE BH , SENHOR KALIL! Deixa de ser inescrupuloso ! Decisões liminar da justiça , SE CUMPRE! Ainda mais do STF . As igrejas em BH podem ter culto nesse domingo . O PREFEITO DE BH NÃO TEM AUTORIDADE MAIS SOBRE O ASSUNTO.BOBALHÃO !
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) April 3, 2021
Supremo colhendo o que plantou. Afinal, se disseram que decisão de prefeito valia mais do que a do Presidente da República, agora prefeito também acha que manda mais do que ministro do STF. Semearam a insegurança jurídica e colheram a anarquia! https://t.co/J6wOQgxO2V
— 👊🇧🇷 Marco Feliciano (@marcofeliciano) April 3, 2021
O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, não economizou elogios à decisão de Nunes Marques de intimar o prefeito.
LIBERDADE RELIGIOSA!
A Páscoa é um período para o renascimento, principalmente das esperanças. Haverá Missa PRESENCIAL de Páscoa. O Ministro Nunes Marques (em mais uma boa decisão) intimou o prefeito de BH. Boa Páscoa a todos e fiquem com Deus. pic.twitter.com/hlsMyo3sgC— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) April 4, 2021
A restrição de Kalil se dá em decorrência do avanço da Covid-19 no estado de Minas Gerais. Na sexta-feira (2/4), Minas Gerais registrou novo recorde de mortes por coronavírus. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), foram 486 óbitos em 24 horas. Até o momento, 25.214 pessoas perderam a vida no estado por causa da doença.