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Após demissão no GSI, governo diz que apoiará CPI dos atos golpistas

O ministro Gonçalves Dias pediu demissão do cargo, na noite de quarta-feira, após aparecer em imagens da invasão

atualizado

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1 de 1 Alexandre-Padilha-2 - Foto: Câmara dos Deputados

Após o desenrolar do imbróglio envolvendo o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, afirmou que o governo apoiará uma eventual Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

“Fizemos uma análise da nova situação política criada pelo vazamento de imagens envolvendo servidores do Palácio do Planalto. Na nossa opinião, isso cria uma nova situação política e faz com que aqueles que ‘passaram pano’ para os atos terroristas do dia 8 de janeiro e que tentam criar teorias da conspiração, de que as vítimas tem responsabilidade sobre a atuação dos terroristas”, disse.

Segundo o ministro, após a veiculação das imagens, imediatamente foi convocada uma reunião com líderes para a discussão do impacto político que as imagens e, posterior demissão, tiveram e ainda podem ter no governo.

Veja:

“Na nossa opinião, o vazamento editado dessas imagens, cria uma nova situação política e por conta disso e por isso, orientamos o líder da Câmara, do Senado e Congresso, para no diálogo com os líderes dos partidos que compõem a base, afirmar que caso a sessão do Congresso, na próxima semana, tenha uma leitura da instalação de uma CPMI, apoiaremos a instalação e vamos orientar os líderes a indicarem membros”, pontuou.

Segundo Padilha, os próprios líderes reafirmaram essa posição. “Reforçamos que a possibilidade da CPMI será uma pá de cal nessa tentativa de criar uma teoria conspiratória. Reforçamos que a possibilidade da CPMI não interferirá no calendário das MPs que o governo encaminhou”, completou o ministro.

Na fala, o ministro também elogiou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em determinar que a Polícia Federal ouça o ex-chefe do GSI, em até 48 horas.

“Está correta a decisão do ministro Alexandre de Moraes. Vai na linha daquilo que a Polícia Federal anunciou ontem, de analisar as imagens e ouviur todos os agentes que apareceram. As instituições estão funcionando. Nós estancamos um golpe no dia 8 de janeiro que queria destruir a democracia brasileira”, acrescentou.

Demissão

Após a CNN Brasil divulgar um vídeo que mostra o ex-chefe do GSI dentro do Palácio do Planalto durante as invasões golpistas de 8 de janeiro, Gonçalves Dias, pediu demissão do cargo, na noite de quarta-feira (19/4). É a primeira baixa no alto escalão do governo Lula, pouco tempo depois de completar 100 dias.

Nas gravações é possível ver, além de Gonçalves Dias, militares do GSI, que são responsáveis pela segurança de autoridades e do Planalto, guiando os invasores para portas de saída, em clima ameno.

As imagens das câmeras de segurança do Planalto levaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a convocar uma reunião de emergência com ministros do governo para tratar sobre o assunto. Estiveram presentes o vice-presidente Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria e Comércio); Rui Costa (Casa Civil); Flávio Dino (Justiça), Alexandre Padilha (Relações Institucionais); e Paulo Pimenta (Comunicação Social).

Após essa reunião, Lula se encontrou a sós Gonçalves Dias. Foi quando o então ministro se explicou para o presidente e colocou o cargo à disposição. Mais tarde, em uma publicação extra do Diário Oficial da União (DOU), o governo oficializou o nome do atual secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, para assumir o comando do GSI de forma interina.

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