Após críticas de Bolsonaro, Doria responde: “Negar o acesso a uma vacina é criminoso”
Governador de São Paulo questiona se presidente não vai comprar o produto mesmo que a Anvisa aprove a Coronavac
atualizado
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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta quinta-feira (22/10) que será um ato criminoso caso o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negue acesso a qualquer vacina aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Então, caso a vacina do Butantan for aprovada pela Anvisa, ele [Bolsonaro] não vai permitir a compra desta vacina. Ou seja, se o absurdo já era grande, agora beira a situação criminal”, disse o governador paulista, nesta manhã, em coletiva de imprensa.
“O presidente da República, negar o acesso a uma vacina aprovada pela Anvisa em meio a uma pandemia que já vitimou 155 mil brasileiros [e deixou] 5,1 milhões infectados, é criminoso – não só desumano, falta de solidariedade”, completou.
O comentário ocorre em meio a disputa política entre Bolsonaro e Doria, antigos aliados, sobre a vacina para imunização contra o novo coronavírus. Nessa quarta-feira (21/10), Bolsonaro afirmou que não vai comprar a “vacina chinesa de João Doria”.
“Se prosseguir dentro dessa linha, não tenho dúvida de que teremos que judicializar esse processo na defesa de direito de todos os brasileiros, não só os de São Paulo. Nós defendemos todas as vacinas. O que nós não defendemos é a falta de compaixão”, disse Doria.
“Nanico projeto de ditador”
Por sua vez, o presidente Jair Bolsonaro disse, também na manhã desta quinta-feira, que o governador de São Paulo, João Doria, é autoritário e o chamou de “nanico projeto de ditador”, ao criticar postura do tucano de querer impor a vacinação contra o coronavírus.
De acordo com o mandatário da República, Doria estaria se precipitando ao falar de obrigatoriedade sobre uma vacina que ainda não tem comprovação científica. “Realmente, impor medidas autoritárias, só para esses nanicos projetos de ditadores, como esse cara de São Paulo aí”, atacou.
“Então, não ouvi dizer, e acho que vocês também, nenhum chefe de Estado do mundo dizendo que iria impor a vacina quando ela tiver. É quase uma maneira de levar terror junto à população. Até porque, impor uma vacina que não tem um certo tempo de comprovação científica, fica muito difícil”, disse.