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Após Copom manter juros, Lula volta a criticar Campos Neto: “Acha que sabe mais”

Lula (PT) alfinetou presidente do Banco Central, Campos Neto, após Copom decidir manter taxa de juros em 13,75% ao ano

atualizado

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1 de 1 04_05_2023_11_55_58 - Foto: Neila Guimarães/Metrópoles

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, após o Copom decidir manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. A alfinetada ocorreu durante discurso do petista na primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, nesta quinta-feira (4/5), no Palácio Itamaraty.

“É muito engraçado o que se pensa nesse país, todo mundo aqui pode falar de tudo, só não pode falar de juro. ‘Ninguém fala de juro’, como se um homem sozinho soubesse mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas”, declarou Lula, que foi aplaudido pela plateia.

Em seguida, ele se dirigiu ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto: “Não estou dizendo isso, Roberto Campos, porque concordo com você não”, arrancando risadas dos presentes. Em seguida, o petista defendeu que o Conselhão discuta taxa de juros, “se quiser”.

Lula também comentou a desigualdade social e as vendas de automóveis, que, segundo ele, não vão bem: “Qual é o pobre que pode comprar um carro popular por R$ 90 mil?”. Em seguida, ele defendeu carros a preços mais acessíveis, com aumento das prestações.

“O povo mais pobre sofre as consequências dos juros, mas ele não reclama porque para ele o que interessa é se a prestação do bem que ele vai comprar cabe no bolso dele, porque não adianta comprar uma coisa de juro zero e ele não conseguir pagar a prestação”, afirmou.

Copom

Na quarta-feira (3/5), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, anunciou a decisão de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano, o maior percentual em mais de seis anos.

Foi a primeira reunião do Copom desde a apresentação do projeto do novo arcabouço fiscal pelo governo federal.

Conselhão

Trata-se de um colegiado destinado a debater agendas e temas de interesse dos mais diversos segmentos da sociedade.

Renovado, o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável terá pessoas de diferentes grupos e classes sociais, com aumento da participação feminina e maior busca por diversidade étnico-racial e territorial. Os consensos do Conselhão servirão de subsidio ao presidente da República para formulação de políticas públicas.

O novo órgão comportará 246 integrantes.

Criado por uma lei de 2003, o conselho durou 15 anos e foi extinto em 2019, no primeiro ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com a recriação, foi adicionado o termo “Sustentável”, para, segundo o governo, “chamar atenção sobre a potencialidade ambiental do país no atual cenário de mudanças climáticas”.

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