Após colapso na saúde de Manaus, Bolsonaro gera aglomeração na capital
Sem máscara, presidente carregou criança. Em janeiro, capital amazonense teve sistema de saúde colapsado após alta de casos por Covid-19
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a provocar aglomeração entre apoiadores na manhã desta sexta-feira (23/4), em Manaus (AM).
Na capital amazonense, o mandatário do país participa de cerimônia para inaugurar um pavilhão de feiras e exposições do Centro de Convenções do Amazonas. Apesar de não ter mais cargo no governo, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello esteve no evento. Foi, inclusive, elogiado por Bolsonaro.
Dezenas de simpatizantes do presidente o recepcionaram na chegada ao evento. Não houve distanciamento social. Alguns estavam sem máscara, item de proteção obrigatório.
Rodeado de pessoas, o chefe do Executivo federal carregou uma criança que estava fantasiada de policial militar e portava um fuzil de brinquedo. Em determinado momento, o presidente ainda tirou a máscara para cumprimentar apoiadores.
Veja:
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Colapso em Manaus
Em janeiro deste ano, o sistema de saúde da capital do Amazonas sofreu com a falta de oxigênio, de leitos de UTI e equipamentos para lidar com o forte aumento no número de internações em razão da Covid-19.
Pacientes chegaram a ser transferidos para outros estados, e o governo local convocou a ajuda de empresas para fornecer oxigênio e materiais aos hospitais.
A pedido da Procuradoria-Geral da União (PGR), o Supremo Tribunal Federal (STF) instaurou inquérito para investigar a conduta do então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em relação à crise sanitária no Amazonas.
Após a demissão do general do governo, em março, a Corte enviou o inquérito para a primeira instância. As investigações terão continuidade na Procuradoria da República do Distrito Federal, uma vez que, ao ser exonerado do governo, Pazuello perdeu o foro privilegiado.
De acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o estado do Amazonas acumula 365.969 casos de Covid-19 e mais de 12 mil mortes em decorrência da doença.