Após cobrança de entidades, governadora de SC diz ser contrária ao nazismo
Daniela Reinehr foi cobrada por associações judaicas após uma resposta de “repulsa ao negacionismo da tragédia que foi o Holocausto”
atualizado
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Daniela Reinehr (sem partido), governadora em exercício de Santa Catarina, afirmou em nota divulgada nesta quinta-feira (20/10) que é contra o nazismo. A declaração foi dada após cobrança da Confederação Israelita do Brasil (Conib) e da Associação Israelita Catarinense (AIC) por uma resposta da política de “repulsa ao negacionismo da tragédia que foi o Holocausto”.
“Sou contrária ao nazismo, assim como sou contrária a qualquer regime, sistema, conduta ou posicionamento que vá contra os direitos individuais, garantias de segurança ou contra a vida das pessoas, e sinceramente, pensei ter deixado isso claro quando fui questionada”, disse.
Ela também afirmou, em nota, que compreendeu os pedidos de manifestação: “Consigo entender a reação das pessoas ante o posicionamento que me imputaram, e principalmente porque isso aconteceu de forma injusta. […] Sou amiga de Israel e dos judeus, e qualquer ilação contrária não corresponde com a verdade”.
Entenda
Na última segunda-feira (26/10), Daniela Reinehr foi questionada, durante coletiva de imprensa de sua posse como governadora interina, se concordava ou discordava de seu pai, José Altair Reinehr, sobre o nazismo. O professor de história teria negado, segundo um dos jornalistas que participou do evento, o Holocausto judeu em sala de aula.
“No começo da sua fala, a senhora agradeceu sua família. Seu pai, como professor de história, pregava em sala de aula o negacionismo do Holocausto judeu, inclusive utilizando livros de uma editora que foi condenada por contar mentiras sobre a Segunda Guerra Mundial. Agora que a senhora é governadora de Santa Catarina, a gente quer saber qual é a sua posição, se a senhora corrobora com essas ideias neonazistas e negacionistas sobre o Holocausto”, questionou um jornalista durante a coletiva.
“Eu realmente não posso responder, ser julgada ou condenada por aquele ou esse pensamento. Eu respeito, volto a dizer, eu respeito as pessoas, independente do seu pensamento, eu respeito os direitos individuais, e qualquer regime que vá contra o que eu acredite, contra esses elementos que eu disse, eu repudio. Existe uma relação e uma convicção que move a mim e a todos os senhores que se chama família. E me cabe, como filha, manter a relação familiar em harmonia, independente das diferenças de pensamento”, respondeu Daniela.
Após a resposta da governadora, a Conib e a AIC pediram que a política “demonstre de forma inequívoca sua rejeição às ideias que levaram ao extermínio de 6 milhões de judeus inocentes, além de outras minorias e adversários políticos e provocaram uma guerra que devastou a humanidade”.
“A governadora deve, de forma veemente, manifestar sua repulsa ao negacionismo da tragédia que foi o Holocausto”, pede o comunicado, assinado por Fernando Lottenberg, presidente da Conib, e Sergio Iokilevitc, presidente da AIC.