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Após boom com Bolsonaro, Novo perde um terço dos filiados em dois anos

Quantidade de eleitores filiados ao partido passou de 48,4 mil em dezembro de 2019 para 32,3 mil em dezembro do ano passado

atualizado

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Em meio a brigas internas, o partido Novo perdeu um terço de seus eleitores filiados nos últimos dois anos.

A sigla foi fundada em 2011 e registrada junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2015. Em dezembro de 2019, contava 48,4 mil associados, em uma ascensão paralela à eleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Foi o auge da sigla.

Desde então, o Novo teve um saldo negativo de 16,1 mil filiados (-33,2%) e conta hoje com 32,3 mil associados.

Trata-se do quinto menor partido do país, na frente apenas de PSTU, PCB, PCO e UP – todos de extrema esquerda.

Os dados fazem parte de levantamento feito pelo Metrópoles, com informações oficiais do TSE. A reportagem considerou a quantidade de filiados em dezembro de cada ano.

Durante o governo Bolsonaro, o partido passou por crises interna e externa.

Em um primeiro momento, se aliou fortemente ao presidente da República. Com a alta rejeição do governo Bolsonaro, tentou se desvincular da imagem do mandatário, mas só em julho do ano passado decidiu apoiar formalmente o impeachment.

Em agosto, João Amoêdo, ex-presidente e fundador do Novo, disse que políticos alinhados ao governo devem “procurar uma legenda que os represente” em 2022.

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João Amoêdo foi candidato a presidente da República em 2018
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João Amoêdo foi candidato a presidente da República em 2018

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João Amoêdo foi candidato a presidente da República em 2018

RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Além disso, uma disputa de poder na cúpula do partido foi além do estatuto da sigla e chegou até mesmo ao Judiciário.

Em setembro do ano passado, o diretório nacional do Novo vetou a volta de Amoêdo para o comando da legenda. Ele havia deixado a presidência do partido em março de 2020, sob a justificativa de que toda instituição precisa de renovação nos comandos.

“O Novo virou velho rapidinho”, critica o cientista político Eduardo Grin, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

“O partido começou a entrar em disputas partidárias, rachou para saber se apoiava o bolsonarismo ou não. Além da disputa de poder envolvendo o Amoêdo e outros grupos”, prossegue o especialista.

Em conversa com o Metrópoles, o atual presidente da sigla, Eduardo Ribeiro, afirmou que a queda de filiados se deve a uma estratégia equivocada durante as eleições municipais de 2020, quando o partido decidiu lançar candidatos em apenas 20 municípios, além da crise interna.

“Muitas pessoas saíram não porque eram bolsonaristas, mas por conta da situação que se criou, por conta das brigas públicas”, afirma o político.

“Soma-se a isso a pandemia, por questões financeiras, pois no Novo é preciso contribuir para ser filiado. Mas desde outubro do ano passado quase não perdemos mais filiados. A expectativa é de que com a eleição possamos expandir para muitos mais municípios”, acrescenta.

Em 2018, o Novo elegeu oito deputados federais. Neste ano, o partido espera dobrar o número de parlamentares na Câmara.

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