EUA x Irã: Bolsonaro avalia alta do combustível com Petrobras
Os preços do petróleo subiram mais de 4% após ataque dos Estados Unidos que matou o general iraniano Quassim Suleimani
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) informou, nesta sexta-feira (03/01/2020), que vai tratar do impacto no valor do combustível com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
Mais cedo, ao deixar o Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que a alta no preço dos combustíveis era previsível após o ataque aéreo dos Estados Unidos ao aeroporto de Bagdá. “Que vai impactar, vai. Agora, vamos ver o nosso limite aqui. Já está alto o combustível. Se subir muito, complica”, sinalizou.
Os preços do petróleo subiram mais de 4% após o ataque que matou o general iraniano Quassim Suleimani.
Mais cedo, o presidente disse que não conseguiu falar com Guedes e Castello Branco. “Tentei falar com Castello Branco agora e ele não atendeu. Deve estar em alguma reunião. Tentei falar com Paulo Guedes também e ele não atendeu. Vou falar no caminho agora para o hospital. Eu quero ter as informações dele [Guedes]”, comentou.
Bolsonaro negou, porém, a possibilidade de haver tabelamento nos preços. “Já fizemos no passado a política do tabelamento, não deu certo”, lembrou.
O presidente defendeu, no entanto, a necessidade de abrir o mercado. “A questão dos combustíveis, nós temos que quebrar monopólios, né? A distribuição é ainda o que mais pesa no preço, depois o ICMS, que é um imposto estadual, não é meu. Vamos supor que aumente o combustível, os governadores vão vibrar”, comentou.
Bolsonaro ainda não se manifestou sobre a postura dos EUA, que assumiram ser os responsáveis pelo ataque. O mandatário do Brasil preferiu evitar comentários preliminares e disse que conversará com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, sobre o assunto.
“Tive algumas informações ontem à noite, de madrugada. Vou me encontrar agora de manhã com o general Heleno para me inteirar do que realmente aconteceu e daí poder emitir meu juízo de valor”, disse.
Entenda
O conflito entre EUA e Irã começou após a morte do comandante das Forças Quds, uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã, o general Quassim Suleimani, em um bombardeiro ao Aeroporto Internacional de Bagdá nessa quinta-feira (02/01/2020). O presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou que a morte foi ordenada por ele.
Em meio às revelações, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, e o presidente iraniano, Hassan Rouhani, falaram em vingança.
O governo americano diz que matou Suleimani porque ele “estava desenvolvendo ativamente planos para atacar diplomatas americanos e membros do serviço no Iraque e em toda a região”.
A morte de Suleimani marca uma forte escalada no impasse entre Washington e Teerã, que passou por diversas crises desde que o presidente Donald Trump se retirou do acordo nuclear de 2015 e impôs sanções ao país persa.
O assassinato, e uma eventual retaliação do Irã, pode acender um conflito que envolve toda a região, colocando em risco as tropas americanas no Iraque, na Síria e em demais territórios.