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Após aprovar PEC, Lira muda discurso e já admite furo ao teto de gasto

Presidente da Câmara dos Deputados defendeu “não haver alternativa que não seja furar o teto de gastos”

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relator da reforma administrativa na Câmara, deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA), entregou o texto com seu parecer ao presidente da Casa, Arthur Lira
1 de 1 relator da reforma administrativa na Câmara, deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA), entregou o texto com seu parecer ao presidente da Casa, Arthur Lira - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Após conseguir a aprovação, em primeiro turno, da PEC dos Precatórios, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu, nesta quinta-feira (4/11), “não haver alternativa que não seja furar o teto de gastos”.

A fala de Lira destoa do discurso adotado pelo deputado momentos antes da votação da PEC dos Precatórios. Na ocasião, o parlamentar foi taxativo sobre um eventual risco ao teto de gastos: “Não tem absolutamente nada fora do teto. Nenhum pagamento será fora do teto”, disse.

Nesta quinta, o deputado responsabilizou o Senado Federal pela falta de alternativas que viabilizem o novo programa social do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o Auxílio Brasil.

Em tom de cobrança, Lira voltou a criticar os senadores pela demora para apreciação da reforma do Imposto de Renda. Atualmente, o texto está sendo trabalhado pelo relator, o senador Ângelo Coronel (PSD-BA). O projeto ainda precisa ser aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para, enfim, ir a plenário. Só depois disso o texto seria enviado à sanção presidencial.

O presidente da Câmara entende que a reforma abriria margem para que o novo programa social, substituto ao Bolsa Família, fosse viabilizado de modo a respeitar o teto de gastos previsto no Orçamento 2022. Como não conseguiu fazer a matéria andar no Senado, Lira pressionou pela aprovação da PEC dos Precatórios, o que ocorreu na madrugada desta quinta.

“Nós queríamos um programa dentro do teto, de R$ 300, e faltou fonte porque o Senado até hoje não decidiu se irá apreciar o projeto do Imposto de Renda, que contraria muitos interesses. E a Câmara soube discutir esse projeto, apreciar e atravessar o interesse de quem no Brasil não gosta de pagar imposto nenhum”, criticou o deputado.

A PEC precisa, contudo, ainda ser aprovada em segundo turno para ir ao Senado. A votação está prevista para ocorrer na manhã da próxima terça-feira (9/11). O texto obteve 312 votos favoráveis na primeira parte da apreciação – quatro a mais que os 308 necessários para se aprovar uma PEC.

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