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Após anúncio de candidatura ao Senado, idas de Mourão ao RS disparam

Apenas no primeiro semestre deste ano, Mourão já visitou 19 municípios gaúchos. Em 2020 e 2021 juntos, foram apenas 15 viagens ao estado

atualizado

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
MourãoEUA
1 de 1 MourãoEUA - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) aumentou significativamente o número de viagens ao estado do Rio Grande do Sul, onde disputará uma vaga ao Senado Federal. Em contraste com 2020 e 2021, quando o general havia ido a 15 municípios – somando os dois anos -, apenas no primeiro semestre de 2022 Mourão já visitou o estado gaúcho em 19 ocasiões.

Depois de uma negativa do presidente Jair Bolsonaro (PL), em fevereiro deste ano, Mourão confirmou que não seria mais vice do mandatário nas eleições de 2022. Um mês depois, general se filiou ao Republicanos de Marcos Pereira para formalizar a pré-candidatura ao Senado.

Levantamento feito pelo Metrópoles, com base nas agendas oficiais do general, mostra que assim que anunciou a intenção de disputar a vaga de senador, o general tratou de intensificar as agendas no estado pelo qual tentará a única vaga deste ano.

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Mourão, que é casado com Paula Mourão e é pai de Antônio Hamilton Rossell Mourão, ingressou na carreira militar ainda na juventude. Com o tempo, foi conquistando espaço e cargos dentro do Exército
Chegou a ser instrutor na Academia Militar das Agulhas Negras, foi vice-chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército, enviado para Missão de Paz na Angola, comandou a 6ª Divisão do Exército em Porto Alegre, cuidou de assuntos militares na embaixada do Brasil na Venezuela, foi Comandante Militar do Sul, entre outros
Chefiou a Secretaria de Economia e Finanças, mas foi exonerado tempos depois. À época, a exoneração foi associada às declarações que ele fez durante palestra em clubes do Exército
Mourão nega que tenham acertado com generais possível saída de Jair Bolsonaro da Presidência
Mourão foi citado no relatório final da PF sobre inquérito do golpe
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Antônio Hamilton Martins Mourão é um general da reserva do Exército do Brasil e atual vice-presidente da República. Natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Mourão tem mostrado interesse em disputar as eleições de 2022 longe de Bolsonaro

Bruno Batista VPR
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Mourão, que é casado com Paula Mourão e é pai de Antônio Hamilton Rossell Mourão, ingressou na carreira militar ainda na juventude. Com o tempo, foi conquistando espaço e cargos dentro do Exército

Romério Cunha/VPR
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Chegou a ser instrutor na Academia Militar das Agulhas Negras, foi vice-chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército, enviado para Missão de Paz na Angola, comandou a 6ª Divisão do Exército em Porto Alegre, cuidou de assuntos militares na embaixada do Brasil na Venezuela, foi Comandante Militar do Sul, entre outros

Arthur Menescal/Especial Metrópoles
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Chefiou a Secretaria de Economia e Finanças, mas foi exonerado tempos depois. À época, a exoneração foi associada às declarações que ele fez durante palestra em clubes do Exército

Hugo Barreto/Metrópoles
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Mourão nega que tenham acertado com generais possível saída de Jair Bolsonaro da Presidência

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Mourão foi citado no relatório final da PF sobre inquérito do golpe

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Ainda em 2018, filiou-se ao Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) e, após resultados das eleições no mesmo ano, foi eleito vice-presidente na chapa de Bolsonaro

Isac Nóbrega/PR
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Após assumirem os cargos, no entanto, a relação de Bolsonaro e Mourão se tornou conturbada. Por diversas vezes, o presidente chamou os comentários do general de “infelizes”

Igo Estrela/Metrópoles
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Entre as polêmicas envolvendo o nome do vice-presidente estão: comentários racistas, comemoração do “aniversário” do Golpe de 1964 no Brasil e o pedido de impeachment de Mourão feito pelo deputado Marco Feliciano em 2019, que foi arquivado por Rodrigo Maia

Arthur Menescal/Metrópoles
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O distanciamento cada vez mais claro entre Bolsonaro e Hamilton tornou evidente a ruptura da atual chapa presidencial. Desprezando o nome do atual vice-presidente para concorrer às eleições de 2022, Bolsonaro já tem ao menos outros três nomes para possível vice

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Por sua vez, Mourão tem mostrado interesse em disputar o governo do Rio de Janeiro ou do Rio Grande do Sul. Se despedindo do PRTB, o general anunciou filiação ao Republicanos em 16 de março

Bruno Batista/ VPR

Em várias das viagens ao Rio Grande do Sul, Mourão visitou mais de uma cidade no mesmo dia. Pouco mais de dois meses após a filiação, entre 16 de março até 27 de maio de 2022, o vice já havia superado as idas ao estado nos dois anos anteriores inteiros. Veja:

2020

  • Porto Alegre – 4
  • Canoas – 1
  • São Leopoldo – 1

2021

  • Porto Alegre – 4
  • Canoas – 2
  • Caxias do Sul – 1
  • São Marcos – 1
  • Pelotas – 1
  • Santa Maria – 1
  • Esteio – 1
  • Santo Ângelo – 1
  • Ijuí – 1
  • Cruz Alta – 1
  • São Borja – 1

2022

Período pré-filiação ao Republicanos (16/1 a 15/3):

3 Municípios visitados
São Leopoldo: 1
Porto Alegre: 1
Caxias do Sul: 1

Período pós-filiação (16/3 a 27/5):

16 Municípios visitados
Bagé: 2
Canoas: 3
Torres: 1
Santa Maria: 3
Pelotas: 1
Passo Fundo: 2
Porto Alegre: 1
Osório: 1
Uruguaiana: 1
Caçapava do Sul: 1

A maioria das visitas foi para participar de eventos militares, como formaturas e aniversários de comandos. Também houve casos de reuniões partidárias e empresariais.

Pesquisas no estado

Neste ano, 27 senadores encerram seus mandatos, isto é, apenas um terço do Senado será renovado. Cada estado terá só uma vaga para senador. O vencedor da disputa permanecerá na cadeira até fevereiro de 2030. Por ser um estado natal de grande parte dos políticos de direita e centro-direita, as candidaturas dessas figuras serão maiores que a eleição passada.

De acordo com as pesquisas mais recentes, como a do Paraná Pesquisas, o vice-presidente aparece em primeiro lugar na expectativa de votos do eleitorado gaúcho, com 22,7% da preferência. O cenário não considera o nome do ex-governador Eduardo Leite. Com Leite, Mourão ainda se mantém em 1º, com 22%. Se a eleição fosse hoje, o general ganharia em três cenários.

Para o resultado, o Paraná Pesquisas realizou 1.540 entrevistas presenciais com eleitores de 62 municípios do Rio Grande do Sul entre os dias 15 a 20 de maio de 2022. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos e nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no TSE sob o número RS-05915/2022.

Já de acordo com a Pesquisa Real Time/Big Data, realizada no mês passado, o vice-presidente estava em segundo lugar, em um primeiro cenário da pesquisa estimulada.

Segundo a avaliação, Manuela D’Ávila (PCdoB) liderava, com 20%, seguida pelo vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos), com 16%. Depois aparecia o nome da ex-senadora Ana Amélia Lemos (PSD) com 12% e o ex-governador José Ivo Sartori (MDB) com 10%.

Em um segundo cenário, Mourão ainda ficava atrás do ex-governador Eduardo Leite, onde Manuela D’Ávila teria 18%, Eduardo Leite, 16%, e o vice, com 12%. Foram ouvidos 1.200 pessoas maiores de 18 anos do Rio Grande do Sul entre os dias 15 e 16 de abril. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, e está registrada no TSE sob o número RS-06633/2022.

Cenários

Antes de anunciar oficialmente sua candidatura ao Senado, Mourão parecia estar divido entre a cadeira do Senado Federal pelo Rio Grande do Sul e o governo do Rio de Janeiro. Apesar de ter nascido em Porto Alegre, o general viveu por muitos anos no estado do Cristo Redentor.

Em 2020, o vice-presidente da República foi ao Rio por três vezes para comemorações, almoço com lideranças empresariais e cerimônias militares. Já em 2021, ele também teve três compromissos, todos direcionados a eventos militares. Apesar de ter ido à reserva para atuar na política em 2018, Mourão passou 46 anos a serviço do Exército Brasileiro.

Na ocasião, o nome de Mourão estava sendo testado, com isso, no cenário de uma eventural candidatura ao governo do estado fluminense, o vice empatava com o ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) nas intenções de voto ao Senado pelo Rio de Janeiro, com 12%.

O vice-presidente, segundo a pesquisa da Quaest, feita a pedido do Globo, Mourão ficava atrás apenas do atual senador Romário (PL-RJ), que obteve 20% das opções para o governo.

No levantamento para o governo do estado, Mourão fica com 17%, em desvantagem somente em relação ao deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), que aparece com 23%. A margem de erro é de 2,1 pontos percentuais, para mais ou para menos. Foram entrevistadas 1.804 pessoas no Rio, de forma presencial, entre os dias 22 e 26 de outubro.

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