Após almoço com Bolsonaro, embaixador dos EUA fará exame para Covid-19
Embaixada dos EUA informou que Todd Chapman, com quem o presidente brasileiro almoçou no sábado, seguirá “protocolo de rastreamento”
atualizado
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Após a revelação de que o presidente Jair Bolsonaro tem sintomas da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, a assessoria de comunicação da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília divulgou uma nota no fim da noite desta segunda-feira (6/7) informando que o embaixador Todd Chapman “não apresenta nenhum sintoma, mas está tomando as devidas precauções e fará os testes apropriados, seguindo os protocolos de rastreamento do CDC (Center of Disease Control)”.
A manifestação da representação norte-americana foi feita após o próprio Bolsonaro informar, horas antes, que fora ao Hospital das Forças Armadas fazer “uma chapa do pulmão” e um exame para Covid-19. O presidente fez o teste após passar horas febril, com 38ºC, e sentindo um pouco de mal-estar. O resultado deve sair até o meio-dia desta terça-feira (7/7)
Leia a manifestação enviada pela assessoria da Embaixada dos EUA ao Metrópoles:
“O embaixador Chapman teve um almoço privado, no dia 4 de julho, com o presidente Bolsonaro, cinco ministros e o deputado Eduardo Bolsonaro. O embaixador não apresenta nenhum sintoma, mas está tomando as devidas precauções e fará os testes apropriados, seguindo os protocolos de rastreamento do CDC.
Nossos dois governos mantêm uma comunicação contínua, incluindo sobre esse caso. Desejamos as melhoras para o presidente Bolsonaro.”
No sábado, dia 4 de julho, Bolsonaro esteve no almoço em comemoração ao 244º aniversario de independência dos Estados Unidos. O evento ocorreu na casa do próprio embaixador Todd Chapman, no Lago Sul.
A agenda já estava prevista nos compromissos oficiais da Presidência da República, logo após Bolsonaro chegar de Florianópolis, o presidente foi a Santa Catarina ver os estragos causados pelo ciclone bomba. O primeiro convidado a comparecer ao local foi o chefe da Casa Civil, Braga Netto.
Estiveram presentes no evento, além de Chapman e Bolsonaro, Lorenzo Harris, adido de Defesa dos EUA; O general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo; Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa; Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores; general Braga Netto, ministro-chefe da Casa Civil; e Flávio Rocha, secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, além do deputado federal Eduardo Bolsonaro (SPL-SP), um dos filhos de Bolsonaro.
Uma das primeiras políticas externas de Bolsonaro foi a aproximação com os americanos, tornando-se o presidente recordista de viagens ao país. Porém os laços entre os mandatários se afrouxaram com as medidas de controle contra a pandemia do coronavírus.
Na ocasião, o chefe dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a proibir a entrada de brasileiros no país, além de citar o Brasil como um “mau exemplo” no combate à doença.
Agenda de segunda-feira
De acordo com a agenda presidencial desta segunda-feira, antes de ir ao HFA para ser testado, Bolsonaro se encontrou com pelo menos seis ministros de seu governo. Foram eles: os ministros Paulo Guedes (Economia), Braga Netto (Casa Civil), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e José Levi Mello (Advocacia-Geral da União).
Além disso, o presidente recebeu, em seu gabinete no Palácio do Planalto, o presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Marcos Heleno Guerson de Oliveira Junior, o vice-presidente da NTC&Logística, Roberto Mira, e o secretário especial da Cultura, Mário Frias.
Bolsonaro já fez outros três testes para detecção do coronavírus. Em maio, o jornal O Estado de S. Paulo entrou com uma ação na Justiça para ter acesso aos exames do presidente. O governo entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) laudos dos três exames, todos com resultado negativo.