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Após alerta de escassez, estados pressionam governo por mais testes

Ministério da Saúde afirma que distribuirá 28 milhões de exames, mas não detalha cronograma. Alguns estados tiveram alta de 30% na procura

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
testagem da covid-19 em goiânia, goiás
1 de 1 testagem da covid-19 em goiânia, goiás - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Mesmo negando momentaneamente desabastecimento, ao menos cinco estados pediram ao Ministério da Saúde para receber mais testes de Covid-19, doença causada pelo coronavírus.

As requisições se intensificaram após alerta de possível desabastecimento do setor produtivo. No fim da semana passada, farmácias, hospitais e clínicas particulares já comunicaram a falta de estoque.

A disparada de casos, ligada à disseminação da variante Ômicron, fez crescer a procura pelos exames em todo país.

As secretarias estaduais de Saúde da Bahia, de Santa Catarina, do Pará, da Paraíba e de São Paulo confirmaram que enviaram pedidos para o recebimento de mais testes do governo federal nos próximos dias.

Os gestores sanitários do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul, do Maranhão e de Goiás atestaram que receberam na última semana mais exames para a detecção da doença.

O Metrópoles questionou todas as 27 unidades da Federação sobre o abastecimento do insumo.

Governos de 12 estados e do DF — Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Tocantins, Maranhão, Santa Cantarina, Amazonas, Pará, São Paulo, Goiás e Paraíba — responderam. Juntas, essas unidades da Federação têm 3,7 milhões de testes em estoque.

Desde o início da pandemia, o governo federal gastou R$ 1,6 bilhão com a compra do insumo. Ao todo, o Ministério da Saúde já distribuiu 57,6 milhões de testes. Atualmente, 569 mil estão em trânsito, ou seja, em processo de entrega aos estados. As informações são do LocalizaSUS, plataforma de prestação de contas do Ministério da Saúde referente à pandemia, e consideram informações disponibilizadas até sexta-feira (14/1).

Pedidos

O governo de São Paulo enviou ofício para o Ministério da Saúde solicitando mais 2,5 milhões de testes extras para a distribuição às prefeituras.

Além disso, com recursos próprios, está finalizando a aquisição de 2 milhões de testes rápidos de antígenos para Covid-19, que serão disponibilizados até fevereiro aos 645 municípios do estado.

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Segundo especialistas, para se ter um controle da doença e conter a disseminação do vírus, é importante testar, cada vez mais, a população
Secretaria de Saúde diz que não faltam testes de Covid-19 no DF
<strong>RT PCR</strong>: considerado “padrão-ouro” pela alta sensibilidade, o teste é usado para o diagnóstico da Covid-19. Ele detecta a carga viral até o 12º dia de sintomas do paciente, quando o vírus ainda está ativo no organismo. O resultado é entregue em, aproximadamente, três dias
O teste utiliza a biologia molecular para detectar o vírus Sars-CoV-2 na secreção respiratória, por meio de uma amostra obtida por swab (cotonete)
<strong>Teste salivar por RT-PCR</strong>: utiliza a mesma metodologia do RT-PCR de swab e conta com precisão de mais de 90% para o diagnóstico da doença ativa. O procedimento deve ser feito nos sete primeiros dias da doença em pacientes com sintomas
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Uma das estratégias de enfrentamento da pandemia de Covid-19 é a vigilância epidemiológica, com o registro e a observação sistemática de casos suspeitos ou confirmados da doença, a partir da realização de testes

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Segundo especialistas, para se ter um controle da doença e conter a disseminação do vírus, é importante testar, cada vez mais, a população

Aline Massuca/Metrópoles
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Secretaria de Saúde diz que não faltam testes de Covid-19 no DF

Breno Esaki/Agência Saúde-DF
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RT PCR: considerado “padrão-ouro” pela alta sensibilidade, o teste é usado para o diagnóstico da Covid-19. Ele detecta a carga viral até o 12º dia de sintomas do paciente, quando o vírus ainda está ativo no organismo. O resultado é entregue em, aproximadamente, três dias

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O teste utiliza a biologia molecular para detectar o vírus Sars-CoV-2 na secreção respiratória, por meio de uma amostra obtida por swab (cotonete)

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Teste salivar por RT-PCR: utiliza a mesma metodologia do RT-PCR de swab e conta com precisão de mais de 90% para o diagnóstico da doença ativa. O procedimento deve ser feito nos sete primeiros dias da doença em pacientes com sintomas

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PCR Lamp ou Teste de antígeno: comumente encontrado em farmácias, o exame avalia a presença do vírus ativo coletando a secreção do nariz por meio de swab. O resultado leva apenas 30 minutos para ficar pronto, por isso, ele é indicado para situações em que o diagnóstico precisa ser rápido

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De acordo com a empresa que fornece o exame, ele possui 80% de confiança. O método empregado no teste é usado também para outras doenças infecciosas, como a H1N1

RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
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Teste de sorologia: revela se o paciente teve contato com o coronavírus no passado. Ele detecta a presença de anticorpos IgM, IGg ou IgA separadamente, criados pelo organismo das pessoas infectadas para combater o Sars-CoV-2, a partir de um exame de coleta de sangue

Shutterstock / SoonThorn Wongsaita
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O exame deve ser realizado a partir do 10º dia de sintomas. A precisão do resultado é menor do que nos testes do tipo RT-PCR. Além disso, falsos negativos podem aparecer com mais frequência

National Cancer Institute/Divulgação
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Teste rápido: o método é semelhante aos testes de controle de diabetes, com um furo no dedo. A amostra de sangue é colocada em um reagente que apresenta o resultado rapidamente

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O teste imunológico rápido detecta a presença de anticorpos e o resultado positivo sinaliza que o paciente já sofreu a infecção pelo novo coronavírus. A confiabilidade do resultado varia muito, já que o método apresenta alta taxa de falso negativo

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Teste de anticorpos totais: detecta a produção do IgM e IgG no organismo, a partir de um único exame de coleta de sangue, e não faz a distinção dos valores presentes de cada anticorpo. A precisão do resultado chega a 95%

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Teste de anticorpo neutralizante: o procedimento é indicado para a avaliação imunológica. O exame detecta os anticorpos e vê a proporção que bloqueia a ligação do vírus com o receptor da células

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Santa Catarina pediu mais 1,1 milhão de testes; a Bahia, 50 mil; e a Paraíba, 146 mil.

Os catarinenses possuem 200 mil testes de RT-PCR — considerado o de maior qualidade — em estoque. “A previsão é de que o estado receba 300 mil testes na semana que vem. E mais 800 mil até o início de fevereiro”, informa a Secretaria de Saúde.

O governo do Pará explica que faz requisições semanais e ajusta o volume do repasse de acordo com a necessidade. “O atendimento é feito conforme a produção da semana anterior”, frisa, em nota.

Distribuição

Duas Unidades da Federação confirmaram o recebimento de insumos na última semana. Goiás obteve 243,2 mil testes.
“Apesar do aumento da demanda da unidade nas últimas semanas, o governo trabalha dentro da sua capacidade de testagem. Dados revelam a  entrada de, aproximadamente, 30% a mais de amostras por dia, se comparado com os últimos três meses,  com indicativo de aumento para as próximas semanas”, detalha, em nota.

O governo do Rio de Janeiro também teve o estoque abastecido. Os fluminenses receberam 2,5 milhões de exames, sendo que 900 mil foram encaminhados para a capital.

“Neste sábado (15/1), será inaugurado o décimo centro de testagem, em São Gonçalo, com capacidade para 500 testes por dia. Dessa forma, a partir de segunda-feira (17/1), o governo do estado passa a oferecer 5,8 mil testes por dia”, destaca.

Alerta de falta

Na quarta-feira (12/1), a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), por meio de seu Comitê de Análises Clínicas, divulgou alerta para o possível desabastecimento. A entidade pede “a utilização criteriosa de testes” para evitar risco de redução na oferta de exames para detecção da Covid-19. Foi o primeiro aviso.

Depois, redes de farmácias, laboratórios, hospitais particulares e até mesmo os planos de saúde pediram cautela com os estoques do insumo.

Quando a testagem cai, a subnotificação de casos cresce. Dessa forma, o Brasil, que sempre testou muito pouco para a doença, dispõe de dados menos condizentes com a realidade para lidar com a disseminação do vírus.

Versão oficial

A reportagem questionou o Ministério da Saúde sobre a capacidade de distribuição da pasta e a previsão de novos repasses, mas não obteve resposta. O espaço continua aberto.

Em visita a São Paulo na quinta-feira (13/1), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a afirmar que a pasta deve distribuir aos estados 28 milhões de testes para a detecção da Covid-19 até o fim de janeiro. Contudo, o ministro não detalhou o planejamento de distribuição.

“É necessário que os estados e os municípios se associem nessa questão da testagem, porque quem testa são os municípios, não é o Ministério da Saúde”, criticou o ministro.

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