Após acusação, Silas Malafaia diz a Ciro Nogueira para “botar a cara para fora”
Pastor evangélico tem feito acusações a ministros de Bolsonaro em razão do atraso na votação da indicação de André Mendonça ao STF
atualizado
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Depois de ter acusado ministros de trabalharem contra a indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF), o pastor evangélico Silas Malafaia comemorou a resposta dada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, a um vídeo divulgado por ele no YouTube.
No vídeo, postado na segunda-feira (11/10), Malafaia cobra de Ciro Nogueira, Fábio Faria (Comunicações) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo) apoio explícito à indicação feita pelo presidente Jair Bolsonaro.
Ao ser questionado sobre as acusações feitas pelo líder evangélico de agir contra a votação do nome de Mendonça, Ciro Nogueira afirmou que falta informação a Malafaia.
“Sou um auxiliar do presidente da República e todas as suas determinações serão cumpridas sempre. Eu acho que falta informação a esse pastor sobre a nossa atuação”, declarou o ministro, durante agenda no Piauí.
Horas depois, Malafaia celebrou a manifestação do ministro e escreveu: “Bota a cara para fora!”.
JÁ VALEU O VÍDEO QUE FIZ KKKKK o ministro Ciro Nogueira que vive nas sombras escondido, se manifestou sobre o meu vídeo , mesmo não sendo direto com os jornalistas, para dizer que apoia André Mendonça . Não desmentiu que se encontrou com Renan Calheiros .BOTA A CARA PARA FORA!
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) October 12, 2021
A indicação de Mendonça — que, além de ter sido ministro da Justiça e Segurança Pública e Advogado-Geral da União, é pastor presbiteriano — atende a uma promessa feita por Bolsonaro ao segmento evangélico de indicar para uma vaga na Suprema Corte um ministro “terrivelmente evangélico”.
Tramitação no Senado
A indicação de Mendonça está parada no Senado há quase três meses. Ele foi indicado para a vaga do ex-ministro Marco Aurélio Mello em 13 de julho. Desde 19 de agosto, a indicação está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, onde nem mesmo teve relator designado por Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da comissão.
Cabe a Alcolumbre marcar uma data, mas o senador, que foi presidente do Senado entre 2019 e 2020 e era aliado do governo federal, tem forte resistência ao nome e defende alternativas.
No domingo (10/10), Bolsonaro reclamou da demora para a marcação da sabatina. “Quem não está permitindo a sabatina é o Davi Alcolumbre, pessoa que eu ajudei na ocasião das eleições. Teve tudo que foi possível durante dois anos comigo e de repente ele não quer o André Mendonça”, criticou.
O presidente completou. “Quem pode não querer é o plenário do Senado, não é ele. Ele pode votar contra. Agora, o que ele está fazendo não se faz. A indicação é minha”, disse Bolsonaro a populares, em Guarujá (SP), onde está aproveitando o feriado prolongado.
Depois de sabatinado pela CCJ, Mendonça precisa reunir os votos favoráveis de 41 dos 81 senadores, maioria absoluta em plenário, para assumir uma cadeira na Suprema Corte.