metropoles.com

Após acordo, Congresso analisa R$ 20,5 bi em emendas de relator

Os projetos de lei enviados pelo Executivo serão votados em comissão mista na semana que vem. Textos dividem opiniões entre os senadores

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles

Após o Congresso Nacional resolver o imbróglio dos vetos presidenciais ao orçamento impositivo, parlamentares se debruçarão na análise dos projetos de lei enviados pelo governo federal. As três propostas, que serviram para barganha com o Executivo federal, criam regras para as emendas de comissões permanentes e deixam nas mãos do relator do Orçamento 2020 R$ 20,5 bilhões em emendas.

Os textos serão analisados pela Comissão Mista do Orçamento (CMO) já na terça-feira (10/03) e o debate promete ser bem acalorado, marcado por obstrução de congressistas. O grupo pede que o Executivo continue com o poder da caneta na destinação de recursos a estados e municípios e reivindica muito poder nas mãos do relator, o deputado Domingos Neto (PSD-CE).

Ao deixar a sessão na noite dessa quarta-feira (04/03), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), reforçou ao Metrópoles que ainda quer aprovar as propostas no colegiado e no plenário do Congresso na terça, mesmo que não tenha acordo entre as lideranças. O senador repetiu que daria, sim, para cumprir o prazo que ele definiu e concluir a votação ainda na semana que vem.

Apesar da expectativa de Alcolumbre, há certos trâmites previstos no regimento interno e na Constituição Federal que podem atrapalhar o andamento da discussão das matérias no colegiado. Primeiro porque ainda há vetos presidenciais para serem analisados, o que trancaria a pauta do Congresso Nacional para analisar outros projetos.

Tempo curto
Além disso, o prazo para a apresentação de sugestões de alteração aos projetos está aberto e sequer foram designados os respectivos relatores das propostas (PLNs 2, 3 e 4 de 2020). Quando esta etapa for concluída, o colegiado e os relatores deveriam analisar e escolher as emendas que seriam acatadas, para depois apresentar os pareceres. Consultores legislativos avaliam que o tempo é curto.

O conteúdo dos projetos criticado por parlamentares, sobretudo por senadores, mantém R$ 20,5 bilhões em emendas nas mãos do Parlamento. O número ainda é inferior ao que foi aprovado em dezembro do ano passado, na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), quando o relator da matéria incluiu no texto R$ 30,1 bilhões para ficar sob seu controle. Ele seria responsável pelo fatiamento dos recursos.

Por isso, congressistas estudam apresentar um destaque para alterar a designação dessas emendas para a responsabilidade da CMO. Assim, o colegiado – composto por deputados e senadores – daria a palavra final para o repasse das emendas a estados e municípios.

A justificativa do governo para vetar os R$ 30,1 bi foi que, com o orçamento impositivo, engessaria muito as contas da União. De acordo com a Instituição Fiscal Independente (IFI), 94% do orçamento são comprometidos com gastos obrigatórios. As emendas impositivas reduziriam ainda mais essa margem de recursos livres para que o governo pudesse gerenciá-las da maneira que preferisse.

Entenda
A semana já teve início com uma série de reuniões entre interlocutores do governo federal, os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e líderes partidários para tentar manter o orçamento impositivo, garantir os vetos e o maior controle dos recursos por parte do Executivo.

Ainda na terça (03/03), a chegada dos três PLNs ao Congresso sinalizou um acordo para que, mantido o veto, ficasse assegurada a execução do impositivo. Inicialmente, o plano de Alcolumbre era votar vetos e PLNs no mesmo dia. No entanto, alegou pouco tempo para conhecer o teor dos textos e senadores pediram que o presidente da Casa adiasse a votação.

Assim, foi suspensa a sessão, que seria retomada, então, nessa quarta. Permanecia, entretanto, o questionamento quanto aos demais vetos que trancam a pauta do Congresso – regimentalmente, eles teriam de ser votados antes dos PLNs.

Pressionado pelos parlamentares, Alcolumbre resolveu acrescentar todos os vetos à pauta, para garantir que ela fosse liberada a tempo de, na próxima terça-feira (10/03), votar os PLNs. Mas, devido ao baixo quórum de senadores, o presidente do Senado decidiu interromper a sessão sem concluir a apreciação de todos os dispositivos.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?