Apoiadores de Lula prometem ficar acampados por meses
Nem mesmo a decisão judicial de multar em R$ 500 mil por dia as entidades responsáveis pela manifestação abalou a determinação do grupo
atualizado
Compartilhar notícia
Grupos de apoio ao ex-presidente Lula estão acampados próximos ao prédio da Polícia federal de Curitiba. Eles afirmam que estão preparados para resistir meses no acampamento, até Lula ser libertado. Nem mesmo a decisão judicial de multar em R$ 500 mil por dia as entidades responsáveis pela manifestação abalou a determinação do grupo.
O acampamento, que hoje conta com cerca de 500 pessoas, está sendo organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), entidades estudantis e de outras categorias. A organização está sendo suficiente para garantir o relativo conforto dos participantes.
A organização também programou atividades para manter a atenção e a mobilização dos acampados. Cantores, grupos musicais, repentistas e contadores de histórias se revezam no espaço reservado para as apresentações. Em outro ponto são realizadas conferências online com integrantes do partido.
A maior preocupação da Prefeitura de Curitiba são os transtornos que o acampamento estaria causando aos moradores da região. Os próprios residentes se dividem. Parte proibiu o grupo de acampar em frente à sua casa e vê a presença dos manifestantes com desconfiança. “Quebra a rotina da gente, mas só atrapalha mesmo quando há um excesso de barulho. Só torço para acabar logo”, diz Catarina Muller, que está com a frente da casa liberada e fornece café para os policiais patrulhando a região.
Outra parte se integrou ao movimento e colaboram com os acampados, com energia elétrica e uso dos banheiros. Outros ainda aproveitam para ganhar algum dinheiro vendendo serviços ou comida. É o caso do ambulante Joãozinho da Cocada, que mora na região e já foi candidato a vereador pelo PT. “Mudei meu ponto do centro da cidade para cá, para atender os companheiros”, afirma.
Mesmo a chuva e a queda da temperatura que atingiu Curitiba neste sábado (14/4), não alterou a rotina do acampamento. “Os companheiros de Curitiba estão solidários com o pessoal que veio para a manifestação. E mesmo boa parte dos moradores já entendeu nossa razão. Vamos ficar até o presidente Lula ser libertado”, afirmou a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT
Ela visitou aos acampados no começo da noite deste sábado, mas sem fazer discursos. Gleisi fez fotos e conversou com os acampados.