Apoiadores afastam negociação com Zema e mantêm ida de Bolsonaro a MG
Viagem de Juiz de Fora pode ser mantida, disse o senador Carlos Viana, que será o candidato bolsonarista ao governo estadual
atualizado
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Após reunião com o presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã desta terça-feira (12/7), o senador Carlos Viana (PL-MG) e o deputado federal Marcelo Álvaro Antonio (PL-MG) afirmaram que a viagem de Bolsonaro a Juiz de Fora (MG) pode ser mantida.
Segundo o senador, haveria um choque de agendas, mas, caso a Câmara vote a PEC dos Auxílios – proposta de emenda à Constituição que injeta R$ 41,25 bilhões em programas sociais vigentes – ainda nesta terça, o presidente poderá viajar para Minas entre quinta (14) e sexta-feira (15).
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Esta poderá ser a primeira visita de Bolsonaro à cidade em que sofreu atentado na campanha eleitoral de 2018.
“É porque há um choque de agendas, como eu disse, tem a questão da votação da PEC aqui, o presidente tem que acompanhar. Ela sendo votada hoje, promulga hoje ou amanhã. Já é a nossa intenção. Aí ele fica liberado para poder viajar como tinha sido programado antes”, disse Viana na saída do Palácio do Planalto.
Na cidade, está programada uma motociata e negociações locais, além de uma agenda religiosa. Questionado se há preocupação com a segurança do presidente, Viana respondeu:
“Apesar de toda a discussão que há em torno disso politicamente, o governo está muito tranquilo de que não há esse acirramento como está lá. É uma questão isolada, esse é um assunto que está ligado àquelas duas pessoas. Pode ter um contexto, mas não tem nenhuma ligação de aumento de violência, nada disso. Não há sinais disso no Brasil. Porque, se houvesse, a Presidência seria um dos primeiros a se preocupar com um todo, mas não é isso. É uma questão que nós entendemos que está ligada só ao problema de Foz do Iguaçu, é pontual”.
O senador e correligionário de Bolsonaro é quem vem articulando a reunião na cidade mineira e é pré-candidato ao governo de Minas. Bolsonaro queria, inicialmente, estar no palanque do atual governador Romeu Zema (Novo). Entretanto, sinalizações do atual ocupante do Palácio Tiradentes o afastaram de uma negociação.
Zema, que contou com grande parte do eleitorado bolsonarista na campanha de 2018, tem se afastado de Bolsonaro em sua pré-campanha à reeleição. A entrada de Viana na disputa pode, inclusive, prejudicar o candidato do Novo.
Segundo Viana, o afastamento de Zema ficou claro “pelas escolhas do Novo” e citou o fato de o vice do atual governador ter criticado Bolsonaro publicamente.
Marcelo Álvaro disse que ficou acertado com Bolsonaro que a chapa no estado terá Carlos Viana como postulante ao governo e Álvaro como candidato ao Senado.
2º maior colégio eleitoral
Segundo maior colégio eleitoral, Minas é considerado um dos “estados-chave” pela campanha de Bolsonaro. Há quatro anos, o atual presidente da República venceu com 58,19% dos votos dos mineiros, no segundo turno.
Entretanto, segundo as últimas pesquisas, quem lidera a corrida eleitoral neste ano em Minas é Lula. Levantamento da Quaest/Genial divulgado nesta sexta-feira mostra o petista com 46%, ante 28% de Bolsonaro.
Lula também tem vantagem por já ter um palanque consolidado no estado. O petista irá apoiar o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) ao governo do estado.