metropoles.com

Apib denuncia Bolsonaro ao Tribunal Penal Internacional por genocídio

Representação foi protocolada nesta segunda-feira (9/8), Dia Internacional dos Povos Indígenas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
Presidente Jair Bolsonaro fala com a imprensa após o encontro com presidente do STF Luiz Fux 3
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro fala com a imprensa após o encontro com presidente do STF Luiz Fux 3 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) denuncia, nesta segunda-feira (9/8), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Tribunal Penal Internacional (TPI) por genocídio e crimes contra a humanidade.

A Apib alerta a promotoria do TPI para uma suposta escalada autoritária em curso no país e cita atos desde o primeiro dia de mandato de Bolsonaro, quando transferiu a Fundação Nacional do Índio (Funai) do Ministério da Justiça para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, até medidas realizadas durante a pandemia de Covid-19.

Em entrevista ao Metrópoles, o advogado e coordenador-executivo da Apib, Dinamam Tuxá, explicou que essa é a primeira denúncia contra Bolsonaro no Tribunal de Haia escrita exclusivamente por advogados indígenas.

Em janeiro deste ano, o cacique caiapó Raoni Metuktire também denunciou o atual mandatário da República ao TPI. Ele recebeu apoio, contudo, do advogado francês William Bourdon, famoso por defender causas internacionais de direitos humanos.

“[Bolsonaro] representa a não esperança, a destruição do meio ambiente. Ele representa as invasões, representa o garimpo, representa o sangue que corre no asfalto dos indígenas que moram em contexto de acampamentos não demarcados. Ele representa a destruição da Amazônia. Ele representa a falta de humanidade, a falta de hombridade. Ele representa o fascismo e, principalmente, representa tudo que há de ruim em termos das questões ambientais e humanitárias”, disparou o militante social indígena.

A denúncia de genocídio contra Bolsonaro é sustentada pelas seguintes acusações, em ordem cronológica:

  • Invasões, esbulho e ataques a terras indígenas;
  • Desmatamento, queimadas e destruição do meio ambiente;
  • Garimpo e mineração em terras indígenas;
  • Propagação da pandemia de Covid-19 nos povos indígenas;

“Em todo o período em que são praticados os atos ora enquadrados como crimes contra a humanidade e genocídio, o presidente Jair Bolsonaro tem reiterado discursos e atos violentos e discriminatórios contra os povos indígenas brasileiros, bem como tem obstado, através de uma série de atos administrativos e legais, a integridade das terras demarcadas e a continuidade dos processos de demarcação de terras”, assinala a Apib, na representação.

3 imagens
1 de 3

Rafaela Felicciano/Metrópoles
2 de 3

Rafaela Felicciano/Metrópoles
3 de 3

Rafaela Felicciano/Metrópoles

“Não se trata apenas de uma discussão sobre propriedade das terras: os povos indígenas brasileiros existem a partir de sua relação com o território, que é o espaço sobre o qual eles podem projetar e exercer suas formas de vida, sua organização social, política e cultural. Atacar suas terras é atacar diretamente a existência dos povos indígenas”, complementa.

A entidade relata também mortes, perseguição e assassinatos de indígenas no país sob o governo Bolsonaro. E cita os seguintes exemplos:

  • Invasão, contaminação e morte do Povo indígena Munduruku
  • Garimpo, morte e destruição na Terra Indígena Yanomami
  • Adoecimento do Povo Indígena Guarani-Mbya e Kaingang
  • Conflitos, ataques e mortes no Povo indígena Guarani Kaiowá
  • Adoecimento do Povo Indígena Tikuna
  • Perseguição, assassinatos e adoecimento do Povo Indígena Guajajara
  • Adoecimento e contaminação no Povo indígena Terena

Para a articulação, o ataque às terras indígenas, associado ao desmonte da política de direitos socioambientais no país e a atos discriminatórios contra os povos indígenas, traz consequências severas.

“Os povos indígenas sofrem nos seus corpos os efeitos da política pública de destruição levada a cabo pelo Presidente Jair Bolsonaro, como o altíssimo índice de invasões em seus territórios por parte de grileiros, madeireiros e garimpeiros ilegais; as queimadas criminosas; a contaminação de rios por mercúrio oriundo do garimpo ilegal; a contaminação de indígenas por Covid-19; desassistência à saúde e à educação indígenas; mortalidade infantil; e a perseguição sistemática de defensores e defensoras dos direitos territoriais indígenas”, afirma.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?