Apesar de recuo do governo, Alvaro Dias quer deixar Coaf com Moro
Líder do Podemos no Senado diz que manterá o desejo da sociedade e órgão de controle financeiro ficará sob controle do ex-juiz da Lava Jato
atualizado
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Não teve pedido do Palácio do Planalto ou recuo do líder do governo no Senado que fizesse o senador Alvaro Dias (Podemos-PR) voltar atrás. O líder do Podemos na Casa garantiu que não irá retirar o destaque que apresentou na semana passada à Medida Provisória nº 870/2019. Ou seja, Dias vai insistir na ideia de que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) volte a ficar com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Na tarde desta terça-feira (28/05/2019), o plenário do Senado votará a “MP dos ministérios”, que trata da reestruturação dos órgãos do Poder Executivo promovida pelo governo Jair Bolsonaro (PSL). O texto foi aprovado, semana passada, no plenário da Câmara, mas com modificações. Assim, os deputados devolveram ao Ministério da Economia o Coaf, mesmo após o governo Bolsonaro transferir o órgão para o Ministério da Justiça, de Moro.
Revoltado, um grupo de senadores tenta reverter a situação na Câmara Alta. No entanto, o próprio Bolsonaro fez um apelo para que os parlamentares mantenham a redação dada pela Câmara à medida provisória sobre a reestruturação do governo federal (veja carta abaixo). No início da tarde, o líder do PSL na Casa, Major Olímpio (SP), recuou da ideia de restituir o Coaf a Moro, após encontro com o presidente.
Mesmo assim, Dias está irredutível. “Entre o apelo do governo e da sociedade, nós ficamos com o último. A maioria da população quer o Coaf no Ministério da Justiça e eu vou lutar para que isso possa acontecer”, completou o líder do Podemos.
Se a MP for mesmo alterada pelo destaque do senador Alvaro Dias ela precisará ser novamente votada na Câmara dos Deputados. O governo teme que com essa tramitação a medida não seja aprovada até a próxima segunda-feira (03/06/19), quando perde a validade. Se isso ocorrer, a União será obrigada a voltar à estrutura antiga, com 29 ministérios, em vez dos 22 previstos na reforma da gestão Bolsonaro.
Seria mais uma derrota imposta pelo Parlamento ao governo do ex-capitão do Exército.