Apesar de encontro com Lula, aposta de Ciro é em frente ampla sem o PT
No núcleo petista, postagem do pedetista sem citar alianças em municípios foi entendido como recado de que a paz ainda não foi selada
atualizado
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Apesar de ter se encontrado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) há cerca de um mês, o pedetista Ciro Gomes quer continuar apostando em um caminho sem o Partido dos Trabalhadores.
Segundo pessoas próximas a Ciro, o entendimento é de que o cenário de polarização entre o PT e Jair Bolsonaro não mudou. Por isso, ele segue na construção de uma frente ampla com partidos de centro e de esquerda, que não inclui o partido do ex-presidente.
Esse foi o tom da postagem feita por Ciro nesta quinta-feira (29/10). Ele exaltou as coligações realizadas pelo PDT com PSB, PV, REDE, PSB, DEM e PSol, incluindo eleições em capitais. Ciro, no entanto, não fez nenhuma referência às alianças entre PDT e PT.
A união inclui 173 chapas municipais nas quais o PT apoia um candidato do PDT e 134 chapas nas quais o PDT apoia concorrentes petistas. Pessoas próximas ao pedetista ressaltam que nenhuma dessas alianças foi firmada em eleições de capitais, consideradas mais importantes.
“Na prática, lembro que meu partido, o PDT, construiu alianças preferenciais no campo que chamamos de centro-esquerda – cujo núcleo base é formado por PSB, PV, REDE, PDT – , mas tbm temos alianças, por exemplo, com PSD em BH, DEM em Salvador e São Luís e PSOL em Florianópolis e Belém”, disse o pedetista.
“Considero-me mais que autorizado, sinto-me obrigado a construir, no que estiver ao meu alcance, o diálogo possível com quem for necessário para proteger a nação brasileira”,
Na prática, lembro q meu partido, o PDT, construiu alianças preferenciais no campo q chamamos de centro-esquerda – cujo núcleo base é formado por PSB, PV, REDE, PDT- , mas tbm temos alianças, por exemplo, com PSD em BH, DEM em Salvador e São Luís e PSOL em Florianópolis e Belém.
— Ciro Gomes (@cirogomes) October 29, 2020
Recado
O fato de ter deixado de citar as alianças entre os dois partidos, para o núcleo petista, foi um recado de que ainda não foi dessa vez que a paz foi selada entre os dois líderes.
Mais cedo, em entrevista à Radio Arapuan FM, de João Pessoa, a presidente do PT, Gleisi Hoffmamm, disse esperar que os irmãos Ferreira Gomes parassem os ataques contra a candidata do PT à Prefeitura de Fortaleza, Luiziane Lins.
“Espero que os Ferreira Gomes façam um gesto nesta direção, pedindo a seu candidato em Fortaleza para cessar os ataques à candidata do PT, Luiziane Lins”. Gleisi disse que não poderia falar do encontro entre os dois porque não participou mas enfatizou que “qualquer gesto que contribua para unir a oposição é importante”.
O encontro entre Lula e Ciro ocorreu no Instituto Lula, em São Paulo, e foi intermediado pelo governador do Ceará, Camilo Santana (PT), que é aliado de Ciro. O rompimento entre os dois ocorreu na campanha de 2018, quando Ciro esperava apoio do PT para sua candidatura, o que acabou não ocorrendo. O PT lançou na última hora o nome de Fernando Haddad, visto que Lula foi impedido de participar do pleito devido à condenação em segunda instância.