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Apelo eleitoral pesa, e senadores preveem aprovação de PL que fixa ICMS

Há expectativa de que o relatório do projeto de lei seja analisado em plenário na quinta-feira (9/6) e votado na segunda (13/6)

atualizado

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1 de 1 imagem colorida mostra plenário do senado federal - Metrópoles - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Líderes do Senado Federal se reuniram, nesta terça-feira (7/6), para discutir o projeto de lei que fixa o teto do ICMS sobre combustíveis, energia, telecomunicações e transporte público.

A reunião foi convocada pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), após o governo federal anunciar que irá arcar com o ressarcimento aos estados pelas perdas de arrecadação do tributo.

Senadores ouvidos pelo Metrópoles afirmam que o relator da proposta, senador Fernando Bezerra (MDB-PE), aproveitou o encontro para apresentar o cronograma de votação da matéria. Não houve debate sobre o parecer do emedebista.

Há expectativa de que o relatório seja lido em plenário por Bezerra já nesta quinta-feira (9/6). A votação, por sua vez, deve ser realizada na próxima segunda (13/6).

A agenda, definida em conjunto com o presidente do Senado, parte de acordo e visa atender aos interesses do governo federal, que cobra rapidez na tramitação da matéria. Além disso, parlamentares da Casa argumentam que o período de tempo entre a apresentação do relatório e a votação permitirá que governadores e prefeitos dialoguem com o relator em busca de pacificar eventuais discordâncias em torno do projeto.

Termômetro

O clima, porém, é de otimismo pela aprovação do projeto. Senadores avaliam que, apesar de controversa, a proposta possui forte apelo eleitoral. “É muito difícil alguém votar contra a promessa de redução de preço do combustível”, enfatizou o líder do Podemos, Alvaro Dias (PR).

“Nós já começamos a ser convocados pelas pessoas para votarmos a favor do projeto. Temos questionamentos em relação a alguns pontos, obviamente, mas dificilmente o projeto não passará”, completou o senador.

“Estelionato eleitoral”

Mesmo indicando que votará a favor da matéria, Alvaro Dias defendeu que o projeto se trata de um “estelionato eleitoral anunciado”. “Esse projeto talvez resolva o problema dos combustíveis agora, mas vamos pagar a conta lá na frente. É algo que irá explodir depois das eleições”, criticou.

“É claro que, quando falo que as consequências virão depois, trata-se de uma questão e avaliação pessoal minha. Mas não podemos assegurar que a proposta terá eficácia e que essa compensação não trará impactos ainda maiores”, prosseguiu, referindo-se à previsão de que haja um ressarcimento aos estados que registrarem eventual perda de arrecadação com a aprovação da proposta.

Até segunda-feira (7/6), o governo federal manifestava-se contra a ideia de pagar pelos déficits de arrecadação tributários dos estados e municípios. Após reunião com ministros, equipe econômica e parlamentares, o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou que irá ressarcir exclusivamente os estados e municípios que zerarem as alíquotas sobre gás de cozinha e disel.

Impacto de até R$ 5o bilhões

Os moldes do ressarcimento, no entanto, serão discutidos posteriormente. Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), admitem que será preciso editar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para viabilizar o ressarcimento pelas perdas arrecadatórias.

De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, seriam necessários “de R$ 25 bilhões a R$ 50 bilhões” para compensar as perdas arrecadatórias de estados e municípios. O gestor federal afirma que o dinheiro para pagar as perdas virá de “receitas orçamentárias extraordinárias”, mas não explicou quais seriam e de onde viriam.

“Isso não é um subsídio. É uma transferência de recursos exatamente para permitir redução de impostos, que sempre foi o nosso programa”, disse o ministro. “O dinheiro de compensação será pago com ‘receitas orçamentárias extraordinárias’. Nós temos receitas orçamentárias extraordinárias que ainda não foram lançadas”, prosseguiu Paulo Guedes.

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