Apagão no Amapá “não tem nada a ver com o governo federal”, diz Bolsonaro
Treze dos 16 municípios ficaram 22 dias sem fornecimento integral de energia elétrica, que foi restabelecido na madrugada dessa terça-feira
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quarta-feira (25/11) que o governo federal não teve “nada a ver” com o apagão que durou 22 dias no estado do Amapá.
A declaração foi dada durante encontro com investidores, promovido pelo Grupo Voto. O evento foi fechado e não houve transmissão oficial.
De acordo com Bolsonaro, o Ministério de Minas e Energia atuou de forma “voluntária” na situação e disse que o governo está “orgulhoso” de ter resolvido o problema.
“Um problema sério que tivemos no dia 3 agora de novembro, a questão de energia elétrica, que não tem nada a ver com o governo federal, mas como nós aqui somos um governo de 210 milhões de brasileiros, nós fomos pra lá. E dentro de duas semanas o assunto foi resolvido. Não era competência ou atribuição nossa, nós nos orgulhamos, o Ministério de Minas e Energia também, pelo seu voluntarismo pela forma como tratou esta questão”, afirmou o presidente.
No último sábado (21/11), depois de 19 dias de crise e dois apagões no estado, o presidente Bolsonaro visitou o Amapá. Durante a visita, geradores termoelétricos começaram a funcionar parcialmente. A promessa era de que os equipamentos fossem restabelecer a energia para 100% do estado, o que não aconteceu.
Apagão
Os problemas no fornecimento de energia no Amapá iniciaram no dia 3 de novembro, depois que um incêndio atingiu a principal subestação do estado. As causas ainda são desconhecidas. No total, 13 das 16 cidades do estado ficaram completamente no escuro por quatro dias.
Em 14 de novembro, o estado voltou a registrar uma falha total no fornecimento de energia, que foi ajustado em cerca de 5 horas.
Após o segundo blecaute, a Eletronorte, empresa do governo federal responsável por ativar energia térmica em geradores, prometeu uma solução provisória para restabelecer 100% da energia até o fim da última semana, o que não ocorreu.
Desde o dia 7 de novembro, o estado passou a realizar um rodízio. Cerca de 90% da população tinha energia apenas de três em três horas, mas moradores relataram falhas no fornecimento.
A demora para o sistema ser restabelecido fez com que moradores usassem a luz do sol e não dormissem direito em razão das altas temperaturas na região, além de terem perdido eletrodomésticos e alimentos. A crise também afetou o sistema hidráulico do estado.
Após 22 dias de apagão, a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) e o governo federal informaram, na terça (24/11), que o fornecimento foi 100% normalizado.
De acordo com a Polícia Militar do estado, foram registrados mais de 120 protestos contra o apagão desde o dia 6 de novembro.