“Apagão na Educação”: MEC não sabe quantos alunos assistem a aulas virtuais
Deputados denunciam falta de coordenação e se espantam com resposta dada pelo governo sobre dados das escolas brasileiras
atualizado
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Em um ofício enviado a um grupo de deputados, o Ministério da Educação informou não saber quantos estudantes da rede pública estão assistindo a aulas pela TV ou pela internet durante a pandemia do novo coronavírus.
O ofício, assinado no último dia 27 de julho, pelo ministro Milton Ribeiro, responde a um pedido de informações no qual os parlamentares solicitaram dados sobre o ensino a distância e a reorganização do calendário escolar após a interrupção das aulas presenciais.
O pedido foi feito no final de junho pelo grupo que integra uma comissão da Câmara que acompanha os trabalhos do ministério.
O ministro responde que “não dispõe de informações acerca do número de alunos da rede pública de ensino do país que estão tendo teleaulas e aulas online até o momento”.
“Me causou um certo espanto. Como pode o MEC, responsável por coordenar as ações entre os entes federados, não saber se tem ou não aula? Já tínhamos detectado uma falta de coordenação”, disse ao Metrópoles o deputado Professor Israel Batista (PV-DF).
“A pasta tinha que ter procurado as teles para firmar um pacote das dados para escolas e professores e não fez, tinha que ter dado cursos de educação remota para professores, e não fez. Agora, vejo que a gente atingiu um nível de apagão muito sério no qual a instituição que seria responsável por coordenador todo trabalho, não tem o mapa do que está ocorrendo no Brasil”, completou.
Pasta inerte
Para o deputado, a pasta se manteve inerte diante dos desafios impostos na área da Educação. “Não houve gestão nessa pandemia. Eles adotaram o discurso de negação e prosseguiram nele”, enfatizou.
Já existe na Câmara um pedido de convocação do ministro, mas o deputado tenta articular com o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo, o convite para que ele possa dar explicações sobre as ações do MEC durante a pandemia do coronavírus, assim que começarem os trabalhos presenciais.
O grupo de deputados pretende ainda apresentar uma proposta de lei que crie o Sistema Nacional de Educação, nos moldes do Sistema Único de Saúde (SUS), para obrigar o governo federal a centralizar as informações sobre o setor de ensino. “Não é uma solução imediata para o apagão nesta área, mas é uma forma de obrigar o governo a cumprir o seu papel”, destacou Professor Israel.
Confira a íntegra do ofício enviado pelo ministro da Educação aos parlamentares:
Requerimento – Professor Israel Batista e Outros by Carlos Estênio Brasilino on Scribd