Ao falar do Enem, Bolsonaro volta a dizer: “Não houve ditadura”
Em transmissão ao vivo pelo Facebook, Presidente elogiou as provas do exame por ausência de questões “polêmicas”
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro negou, na noite desta quinta-feira (14/11/2019), que tenha existido ditadura militar no Brasil. Em transmissão ao vivo pelo Facebook, ele elogiou o conteúdo das provas do Enem 2019 e fez sua avaliação sobre o período histórico, que não foi abordado.
“A imprensa falou: não houve questão sobre ditadura. Parabéns, imprensa. Nunca teve ditadura no Brasil. Que ditadura foi essa, sem querer polemizar, que você tinha direito de ir e vir, você tinha liberdade de expressão, você votava, tá? Eu não vou entrar em detalhes, eu não vou polemizar, está certo?”, disse.
O presidente disse, ainda, que grande parte da população concorda com o seu pensamento. “Querem chamar de ditadura, podem continuar chamando, sem problema nenhum. O que interessa é o que está na cabeça de grande parte da população como era aquele período, como vivemos hoje e como está o Brasil”, afirmou.
Entre os anos de 1964 e 1985, o país foi comandado por sucessivos governos militares. O período foi marcado por situações extremas, como o fechamento do Congresso Nacional, prisões políticas, prática de tortura e homicídios ligados ao regime.
No fim do mês de outubro, o filho mais novo do presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro, colocou-se no centro de uma grande polêmica ao sugerir a possibilidade de edição de um “novo AI-5” para conter movimentos de esquerda.
O ato instituído em 1968, durante o regime militar, deu ao presidente da República poderes para cassar mandatos eletivos, suspender direitos políticos, demitir ou aposentar juízes e outros funcionários públicos, suspender habeas corpus em crimes contra a segurança nacional, legislar por decreto e julgar crimes políticos em tribunais militares.
Bolsonaro, na ocasião, desautorizou o filho. “Quem quer que seja que fale em AI-5 está sonhando. Está sonhando. Está sonhando. Não quero nem ter notícia disso daí”, disse, ao deixaro o Palácio da Alvorada no dia 31 de outubro.
Por causa da fala, Eduardo é alvo de processo na Câmara dos Deputados que pode resultar em cassação.