Ao defender voto impresso, Bolsonaro promete algo “bombástico” em live
Transmissão é realizada às quintas-feiras. Presidente disse que Brasil precisa do voto impresso para “não entrar na linha de Cuba”
atualizado
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Em interação com apoiadores nesta terça-feira (13/7), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o Brasil precisa ter o voto impresso para “não entrar na linha de Cuba” e prometeu algo “bombástico” na próxima live de quinta-feira (15/7).
No fim de semana, milhares de cubanos foram às ruas contra o governo pedindo “liberdade” e criticando a piora da pandemia de coronavírus no país e a falta de vacinas.
De acordo com relatos publicados nas redes sociais, alguns manifestantes que protestavam contra o governo foram presos. Os moradores também afirmam que houve cortes de eletricidade na ilha.
O mandatário comentava a situação em Cuba quando afirmou que o Brasil precisa da impressão do voto para não seguir no mesmo caminho.
“A situação em Cuba está realmente complicada. Sobrou pancada, porrada e prisão em quem foi à rua com a faxinha pedindo liberdade. Lamentável o que acontece. Aqui no Brasil pra não entrar na linha de Cuba tem que ter o voto impresso e auditável e a contagem pública dos votos também. Quinta-feira tem novidades na live, novidades que ninguém tem. Vai ser bombástico. Não vou nem dar dica do que vai acontecer, assistam a live de quinta-feira, vai ser muito bom.”
A conversa de Bolsonaro com apoiadores foi registrada por um canal no YouTube simpático ao presidente.
O titular do Palácio do Planalto tem colocado o voto impresso como condição para legitimar o sistema eleitoral. O de hoje – pelo qual o atual chefe do Executivo nacional foi eleito para consecutivos mandatos como deputado federal – e para presidente da República, em 2018 – tem urnas eletrônicas sem impressão dos votos e, segundo Bolsonaro, permite fraudes.
A Câmara dos Deputados discute uma proposta de emenda à Constituição (PEC) sobre o voto impresso. O texto, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), estipula a inclusão de um artigo na Constituição Federal para que, “na votação e durante a apuração de eleições, plebiscitos e referendos, seja obrigatória a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas em urnas indevassáveis, para fins de auditoria”.
Nas últimas semanas, Bolsonaro tem escalado a retórica contra o atual sistema eleitoral. Na quarta-feira (7/7), o chefe do Executivo federal afirmou que o seu lado “pode não aceitar o resultado” das eleições do próximo ano.
Sem votos para aprovar, a análise da PEC na comissão especial foi adiada para a próxima quinta-feira (15/7). O parecer do relator, deputado Filipe Barros (PSL-PR), é favorável à proposta. O texto ainda precisa passar pelo Plenário da Câmara antes de seguir ao Senado.
Datafolha
“Ele tem, segundo o Datafolha, 60% das intenções de voto, mas não vai na rua”, disse. Em seguida, Bolsonaro complementou que “ninguém acredita” em pesquisa.