Ao chegar à Camara, Cunha se recusa a comentar prisão de Delcídio
O presidente da Câmara também é alvo da Operação Lava Jato e defendia a tese de que havia investigação seletiva, pois ele seria o alvo prioritário por rivalizar com o governo, enquanto petistas estavam sendo poupados
atualizado
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O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recusou-se a comentar a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS) ao chegar à Casa, pouco antes das 10h15 desta quarta-feira (25/11).
Ao contrário da maioria dos dias, nesta manhã Cunha entrou na Câmara pelo cafezinho que fica dentro do plenário Ulysses Guimarães. Ao chegar, encontrou os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), Adelmo Leão (PP-MG) e Fernando Bezerra Filho (PSB-PE). Conversou por alguns minutos com os três e assumiu a presidência de uma sessão solene em homenagem ao centenário da Assembleia de Deus de Roraima.
Até às 10h38, a agenda do presidente da Câmara ainda não havia sido divulgada. Cunha também é alvo da Operação Lava Jato e defendia a tese de que havia investigação seletiva, pois ele seria o alvo prioritário por rivalizar com o governo, enquanto petistas estavam sendo poupados.
O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a Polícia Federal a deflagrar uma operação nesta quarta-feira que levou à prisão de Delcídio, líder do governo no Senado, investigado pela Lava Jato Também foram presos o banqueiro André Esteves, presidente do BTG Pactual, e Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador petista, e o advogado Edson Siqueira Ribeiro Filho, que defende o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró.
Dilma
Após a prisão do líder do governo no Senado, a presidente Dilma Rousseff deve cumprir normalmente a agenda programada para esta manhã. A presidente deixou a residência oficial e, às 11h30, recebe a seleção feminina de handebol no Palácio do Planalto. O encontro vai ser fechado à imprensa.
Sala especial
Delcídio está preso em uma sala especial na superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Interlocutores da PF disseram que por estar no exercício da função de senador, ele tem assegurado o direito de ficar preso em uma Sala de Estado Maior, sem grades A superintendência, local para onde o petista foi levado, tem as mesmas características de um escritório, com mesa, cadeiras, bem diferente de uma carceragem com grades.
A sala, contudo, não tem estrutura para que o senador possa dormir. Na avaliação de policiais, se ele permanecer preso, pode ser levado para a custódia para pernoitar e depois retornar para o “escritório”. O local também não tem espaço para banho de sol, o que impediria a permanência do senador na superintendência da PF em Brasília caso a prisão se estenda por muito tempo.