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Anel para Adriana não foi presente, foi compromisso, diz Cavendish

“As coisas se coincidem, o anel e o Maracanã”, disse em depoimento. A joia foi comprada em Nice, no sul da França, e custou 220 mil euros

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FÁBIO MOTTA/ESTADÃO
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1 de 1 adriana_ancelmo_fabio_motta - Foto: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO

O empresário Fernando Cavendish, da Delta Construções, disse nesta segunda-feira (4/12) ao juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que o anel de diamantes que comprou para a ex-primeira dama do Rio Adriana Ancelmo “não foi um presente, mas um anel de compromisso”. O anel foi comprado em Nice, no sul da França, e custou 220 mil euros (pouco mais de R$ 800 mil, ao câmbio atual).

O empresário relatou que foi levado à loja pelo próprio então governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que sugeriu que ele comprasse a joia como presente de aniversário para Adriana. Em contrapartida, Cavendish disse que a empresa se envolveu nas negociações da licitação para as obras do Maracanã, em cujo contrato teve 30% de participação, decididos por Cabral.

“As coisas se coincidem, o anel e o Maracanã”, contou Cavendish. “Ele entrou na joalheria e disse que estava dando presente a Adriana para a comemoração de aniversário. E disse: estou presenteando a minha esposa e gostaria que você pagasse. Eu paguei, e o valor de fato foi um valor extremamente significativo, 220 mil euros”, afirmou, em seu depoimento na 7ª Vara.

Cavendish disse que entendeu que o pedido não era um presente de imediato.

“Eu disse, isso aqui a gente vai ter que acertar. Eu e minha mulher estávamos comemorando o casamento, e ela estava grávida de gêmeos, anunciamos lá, que era até uma confidência. Se alguém ali tivesse que ser presenteado seria ela, e não a primeira dama”, declarou o empresário.

“Não foi um presente, foi um anel de compromisso, que tinha contrapartida. Não teve nenhum obrigado pelo presente, o assunto não foi nem comentado durante a viagem. Não ia presenteá-la com diamantes de tantos quilates, é até constrangedor. Aquilo foi literalmente um ato que tinha que ter uma contrapartida. E esse negócio foi o Maracanã. Pode ver que até as datas coincidem. A viagem foi no final de julho de 2009 e em outubro já estava pedindo a participação no Maracanã. Fica claro de ver que esse anel não foi um presente meu. Minha esposa nem ficou sabendo. Não houve presente, houve um negócio”, disse Cavendish.

O empresário, que está em prisão domiciliar, também afirmou que sabia que estava sendo feito um cartel em todas as obras de estádios da Copa do Mundo. “Cometi um grande erro e hoje estou pagando por esses erros”, disse.

O advogado de Cabral, Rodrigo Roca, afirmou que só comentará as declarações de Cavendish sobre o anel amanhã, terça-feira, dia 5, quando o ex-governador vai depor.

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