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André Mendonça toma posse, e STF volta a ter composição completa

André Mendonça é o segundo indicado do presidente Jair Bolsonaro à Corte. Em razão da pandemia, cerimônia foi restrita

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Posse André Mendonça como ministro do STF 2
1 de 1 Posse André Mendonça como ministro do STF 2 - Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF

O segundo indicado do presidente Jair Bolsonaro (PL) para o Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, tomou posse, na tarde desta quinta-feira (16/12), como novo ministro da Corte.

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro substitui o ministro Marco Aurélio Mello, que se aposentou de forma compulsória em julho deste ano. Desde a saída de Mello, o Supremo vinha trabalhando com apenas 10 magistrados. Agora, volta a ter a composição completa.

Mendonça pode ficar no STF até dezembro de 2047.

A cerimônia de posse, que ocorreu na sede do Supremo, em Brasília, e durou 15 minutos, foi restrita e exigiu a apresentação do cartão de vacinação contra a Covid-19 ou comprovante de exame RT-PCR negativo feito até 72 horas antes do evento.

Durante a cerimônia, o presidente do STF, Luiz Fux, disse que o evento de posse da Corte “é simples e não comporta discursos”. Ele cumprimentou as autoridades presentes e deu boas-vindas a André Mendonça

Documentação em dia

André Mendonça chegou à Corte acompanhado da esposa e dos dois filhos. O presidente Jair Bolsonaro entrou com a mulher, Michelle Bolsonaro. Ambos apresentaram com antecedência os documentos exigidos em decorrência da pandemia de Covid-19 – comprovante de vacinação ou teste RT-PCR.

Ao todo, 59 convidados, com documentação em dia, confirmaram presença e participaram da cerimônia. O plenário tem capacidade para 250 pessoas e a determinação de reduzir os presentes foi para manter o distanciamento.

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André Mendonça na entrada do STF
Procurador Geral da República Augusto Aras durante Posse André Mendonça como ministro do STF 10
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Bolsonaro chega à cerimônia de posse no STF com a esposa, Michelle Bolsonaro

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André Mendonça na entrada do STF

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Procurador Geral da República Augusto Aras durante Posse André Mendonça como ministro do STF 10

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Presidente Jair Bolsonaro

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O queridinho de Jair Bolsonaro e novo ministro do STF, André Mendonça, chamou a atenção durante a sabatina pelo Senado por algo mais do que seus conhecimentos jurídicos

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Ele foi indicado pelo presidente em julho deste ano e teve seu nome aprovado pelo Senado no início de dezembro, após quatro meses de espera

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O novo ministro da Corte é conhecido por ser "terrivelmente evangélico" e deve defender pautas conservadoras na Suprema Corte

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Ministro do STF André Mendonça

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Novo ministro do STF, Mendonça herdará processo contra Bolsonaro

No compromisso de posse, André Mendonça afirmou: “Prometo bem fielmente cumprir os deveres de cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, em conformidade com a Constituição e as leis da República”.

“20% do governo no STF”

No início do mês, Bolsonaro afirmou que os ministros por ele indicados ao Supremo representam 20% das teses do governo dentro da Corte.

O presidente já fez duas indicações ao STF. A primeira foi Kassio Nunes Marques, que passou a integrar a Corte no ano passado. A segunda indicação foi a de André Mendonça, aprovado pelo Senado em 1º de dezembro após pouco mais de quatro meses de espera.

“Graças a Deus nós conseguimos enviar não para o Supremo, mas em um primeiro momento para o Senado Federal – e foram aprovados – dois nomes, duas pessoas que marcam também a renovação do Supremo. Renova-se o Executivo, o Legislativo, e o Supremo também é renovável. Ninguém é eterno. Alguns acham que são eternos. Ninguém é eterno e vai aí uma renovação”, declarou o presidente.

“Hoje em dia, eu não mando nos dois votos no Supremo, mas são dois ministros que representam, em tese, 20% daquilo que nós gostaríamos que fosse decidido e votado dentro do Supremo Tribunal Federal”, prosseguiu.

Bolsonaro sinaliza que Mendonça votará contra marco temporal no STF

“Terrivelmente evangélico”

Indicado em 13 de julho pelo presidente Bolsonaro, que queria um ministro “terrivelmente evangélico“, André Mendonça passou por sabatina no Senado e foi aprovado pelos parlamentares com 47 votos favoráveis e 32 contrários no início de dezembro.

A afirmação do chefe do Executivo federal a respeito da religião do ministro provocou especulações sobre a atuação de Mendonça após ocupar cadeira na Corte. Ao assumir a função, Mendonça será o responsável pela relatoria de 967 ações, que antes estavam sob o guarda-chuva de seu antecessor, ministro Marco Aurélio de Mello, que se aposentou em julho.

Apesar de o presidente apontar o ex-AGU como “terrivelmente evangélico”, advogados que acompanham o Supremo acreditam na atuação de um ministro que baseará suas decisões na Constituição Federal. A carreira do ex-chefe da Justiça e ex-advogado-geral da União conta para as opiniões.

Sócio-fundador do Callegari Advogados e professor de direito penal econômico no Instituto Brasiliense de Direito Público de Brasília (IDP), André Luís Callegari pontua que a expectativa é de que Mendonça seja um bom ministro e cumpra a Constituição Federal.

“Não precisamos mais do que isso. Embora toda a chegada de um novo ministro gere uma certa apreensão, acredito que André Mendonça pautará sua chegada nesse alicerce”, afirmou ao Metrópoles.

Sócio da Covac Sociedade de Advogados e doutor em direito e religião, João Paulo Echeverria não acredita na concretização do conservadorismo nas decisões de Mendonça.

“O ministro André Mendonça é fruto das circunstâncias. Ele carregará suas vivências e convicções em relação à realidade que vive. Acredito que as pautas sociais a serem votadas serão valorizadas a partir do princípio da fraternidade e do humanismo”, disse.

Para o doutorando em direito pela USP, sócio da LACLAW, ex-visiting fellow do Department of History (Harvard University) e do Afro Latin-American Research Institute (Hutchins Center, Universidade de Harvard), Paulo Henrique Rodrigues, uma coisa é o André Mendonça da AGU e outra é ele ministro.

“É uma posição absolutamente única e estável que reveste o dono da cadeira de um poder e autoridade que ele jamais teve ou terá”, frisou.

Para o especialista, em relação à agenda governamental, o STF tem sido uma espécie de muro de contenção do Planalto (bem mais do que o Parlamento). “Sendo assim, junto de Nunes Marques, André Mendonça ganha uma importância, pois pode ser voz dissonante ali, permitindo que o governo tenha mais força nos debates judiciais, ao contrário do que tem ocorrido com seguidas derrotas”, ressaltou.

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