Análise: que a Justiça tenha bom senso e libere logo Lula para enterro

Nada pode ser feito pela vida do pequeno Arthur, neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas espera-se que, desta vez, a Justiça tenha bom senso e libere o petista, preso em Curitiba, para o enterro previsto para este sábado (2/2).

Arthur morreu vítima de meningite nesta sexta-feira. Os advogados de defesa do ex-presidente pediram que ele possa comparecer aos funerais. Em dois episódios recentes, os magistrados brasileiros mostraram-se incapazes de agir com humanidade em relação a Lula em situações semelhantes. Primeiro, no Natal do ano passado, o ex-presidente teve negado o pedido de comparecer ao enterro do amigo e advogado Sigmaringa Seixas.

Depois, no final de janeiro, Lula perdeu o irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá. O caso chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, quando o presidente do órgão, Dias Toffoli, decidiu liberar Lula para ver o corpo, Vavá já havia sido enterrado.

Não se seve tergiversar diante da dor imensurável sentida por Lula na cadeia. Também não se pode aceitar a politização do caso nem as baixarias postadas por adversários nas redes sociais. O momento é de luto e comiseração. Nos casos anteriores, a Justiça fez lambança diante de acontecimentos trágicos.

Na morte de Vavá, a alegação do Judiciário para não permitir o comparecimento ao enterro foi a dificuldade logística para os deslocamentos do ex-presidente. O argumento não convenceu ninguém. Ao que tudo indica, faltou estatura moral – ou coragem – para as autoridades bancarem uma operação que colocaria Lula no meio do povo.

Importante salientar que o que se aplica a Lula vale para qualquer cidadão, seja uma pessoa pública ou um cidadão comum, seja ou não politizado, seja de direita ou de esquerda. Nesse tipo de situação, a única reação defensável é a condolência. Nesse sentido, espera-se que a Justiça libere logo Lula para enterrar o netinho.