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Análise: Polícia Federal faz caçada a tucanos e sacode a política

Operações focam no PSDB de São Paulo e atingem também presidente da CNI, ligado ao ex-governador Aécio Neves

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Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
Aloysio Nunes  – ministro de Temer
1 de 1 Aloysio Nunes – ministro de Temer - Foto: Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Com fama de blindado em ações combate à corrupção, aos poucos, o PSDB também sofre estragos com as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público. Nesse rumo, o dia começou agitado na política. Logo no início da manhã desta terça-feira (19/2), agentes escalados para a Operação Ad Infinitum, mais uma fase da Lava Jato, e prenderam Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, acusado de atuar como operador de dinheiro ilegal dos tucanos.

Os investigadores tentam concluir, nessa frente, as apurações sobre movimentações financeiras na Suíça que chegam a R$ 130 milhões. Um dos beneficiários seria o ex-senador paulista e ex-ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, alvo de operação de busca e apreensão, muito próximo ao senador e ex-governador José Serra (PSDB-SP). São tucanos graúdos.

Também ao amanhecer, a PF levou para a cadeia o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, por suspeita de envolvimento em contratos irregulares com dinheiro do Sistema S e no Ministério do Turismo. Neste caso, as prisões fizeram parte da Operação Fantoche.

Os negócios encrencados da CNI somam algo na faixa de R$ 400 milhões. Embora, nesse caso, o foco da PF não sejam diretamente os tucanos, Andrade tem ligações estreitas com o deputado e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves, outro integrante da cúpula do PSDB.

Em contraponto à reputação de protegido pelas operações policiais, deve-se registrar o desbaratamento de outros núcleos do PSDB, com maior destaque para o ex-governador do Paraná, Beto Richa. Mas o peso maior dos tucanos, desde a fundação do partido , em 1988, sempre foi em São Paulo e Minas.

As duas operações são deflagradas no exato dia em que o ministro da Justiça, Sergio Moro, apresenta ao Congresso o projeto de lei anticrime que prevê, entre outras propostas, reforçar os mecanismos de combate à corrupção. Pelo que se conhece dos investigadores, a data não foi escolhida por acaso.

No comunicado público distribuído depois das prisões, o Ministério Público faz pressão para que as apurações sobre corrupção não sejam transferidas para a esfera eleitoral da Justiça. Também pedem que as apurações e punições não sejam postergadas indefinidamente – daí o nome Ad Infinitum de uma das operações.

Os alertas dos investigadores chegam em boa hora, pois a demora no julgamento dos fatos facilita a prescrição. Esse aspecto se torna mais relevante porque, antes mesmo da conclusão desses casos, as suspeitas de corrupção na política ganham novos atores e formatos.

Como os brasileiros descobriram nas últimas semanas, o governo atual já começou com denúncias que demandam a ação da PF e do MP, caso do escândalo dos candidatos laranja do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. As investigações não podem parar.

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