metropoles.com

Análise: Lula reaparece mesclando “jararaca” com “paz e amor”

O alvo do presidente pode ser o centrão, que não entrou na base do governo de Jair Bolsonaro

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao cenário político brasileiro resgatou duas imagens que o petista cultivou ao longo da carreira. O Lulinha “paz e amor” e a “jararaca”.

O primeiro arquétipo foi criado para as eleições de 2002. Tido por boa parte do eleitorado como radical, o petista amenizou o tom de seus discursos e ascendeu à Presidência. Na saída da cadeia, disse que não queria “vingança”, e fez ataques a personagens, mas não às instituições.

No governo, Lula aliou-se ao centro e fez uma gestão que foi muitas coisas, mas não extremista. Manteve a política econômica do seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, e ampliou programas sociais.

Como resultado, saiu do poder amplamente aprovado pela opinião pública e costurou o centro na vice de Dilma Rousseff, seu “poste”.

O segundo arquétipo, a jararaca, foi criado quando a operação Lava Jato revelava o lado obscuro das práticas políticas do petista. Ele comparou-se à serpente para dizer que não estava morto, apesar do volume de denúncias e das primeiras condenações.

Ao resgatar o perfil mais agressivo, Lula tem como objetivo reaglutinar a esquerda, perdida desde que Jair Bolsonaro (PSL) chegou ao poder.

Com esse movimento, ele pode ter o apoio de algo como 100 deputados. Aí que entra o outro perfil, o “paz e amor”, que soa mais amigável aos ouvidos do centrão.

Ao longo de 10 meses de administração, o atual presidente foi inábil no trato com parlamentares. Assumiu com um centro político disposto a apoiar reformas econômicas e com a segunda maior bancada da Câmara.

No primeiro ano de governo, Bolsonaro afastou de si o centro e implodiu o PSL. Hoje, o capitão da reserva governa com apoio, minguado, de pouco mais de 20 deputados.

Se Lula reconquistar o centro, que foi seu aliado, os problemas de Bolsonaro tendem a aumentar. Rodrigo Maia (DEM-RJ), líder máximo do agrupamento, tem sido o fiador das reformas econômicas, apesar das estocadas das quais foi alvo da primeira família.

Se o centro embarcar no discurso lulista, dificilmente Bolsonaro terá habilidade para reconquistar aquilo que nunca teve e sempre desprezou, o centro.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?