Análise: Datafolha faz alertas para Marina e Bolsonaro
Pesquisa consolida projeção de derrota para presidenciável do PSL no segundo turno. Candidata da Rede se afasta da disputa final
atualizado
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A última pesquisa Datafolha, divulgada na noite dessa segunda-feira (10/9) pelo Jornal Nacional, emitiu sinais de alerta para os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede). O deputado federal subiu dois pontos percentuais em relação à consulta de 21 de agosto, mas ficou no limite da margem de erro no auge da repercussão do atentado sofrido em Juiz de Fora (MG).
No dia seguinte ao episódio, o grupo de Bolsonaro mostrava-se confiante na ascensão do presidenciável, impulsionada pela comoção provocada pelo ataque criminoso. A justa indignação da sociedade contra a agressão ao candidato do PSL não se traduziu em mudança de patamar nas pesquisas.
Na frieza dos números do Datafolha, consolida-se também a percepção de que, em nenhum cenário da pesquisa, o capitão reformado do Exército chegará ao Palácio do Planalto. Na melhor das hipóteses, o ex-militar empata tecnicamente com Fernando Haddad (PT) – e, ainda assim, com um ponto de desvantagem (39% a 38%).
Deve-se aqui levar em consideração que o petista está em ascensão, passou de 4% da consulta anterior para 9% na de agora. Com a oficialização de sua candidatura, tende a subir na preferência dos eleitores que ainda optam por Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba no âmbito da Operação Lava Jato.
Marina despencou de 16% para 11%, queda significativa e preocupante a menos de quatro semanas das urnas. No dia 21 de agosto, a ex-senadora estava isolada na segunda colocação, seis pontos percentuais abaixo de Bolsonaro. No segundo turno, venceria por 45% a 34%.
Agora, a candidata pela Rede está em terceiro lugar, três pontos abaixo de Ciro Gomes (PDT) e apenas um ponto acima de Geraldo Alckmin (PSDB). Nessa toada, não passará para a segunda fase e, mais uma vez, perderá a chance de presidir o Brasil.
Em resumo, o Datafolha mostra a corrida eleitoral embolada na disputa pelo segundo lugar. Ciro, Marina, Alckmin e Haddad têm razões para acreditar que há chance de eles passarem para a próxima fase.
Na liderança do primeiro turno, pelo menos até o momento, Bolsonaro demonstra sólida votação em patamar superior a 20%. Passado o impacto do atentado sofrido, o candidato do PSL terá de provar, a partir de agora, que tem estrutura política e equilíbrio emocional para resistir às campanhas dos adversários.
Nessa linha, o maior interessado em desconstruir o ex-militar é Alckmin. Para subir nas pesquisas, um das apostas da campanha do tucano é a busca de eleitores que, hoje, estão com Bolsonaro. Boa parte é formada por brasileiros com bom poder aquisitivo e escolaridade alta.
O Datafolha entrevistou nessa segunda-feira (10) 2.804 eleitores, de 197 municípios. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi contratada por meio de parceria entre a TV Globo e a Folha de S. Paulo.