Amigo de Lula, Bumlai é preso na 21ª fase da Lava Jato
Em delação premiada, o lobista Fernando Baiano afirmou ter repassado R$ 2 milhões ao empresário. Dinheiro seria referente a contrato suspeito da Petrobras e utilizado para quitar dívida da nora de Lula
atualizado
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O pecuarista José Carlos Bumlai foi preso pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (24/11), na 21ª fase da Operação Lava Jato. Ele deporia na CPI do BNDES e por isso estava em Brasília. A prisão é preventiva e ocorreu no hotel Golden Tulip. O empresário será levado à Superintendência da PF, em Curitiba.
Um dos delatores da Operação Lava Jato, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, afirmou em depoimento ao Ministério Público Federal que teria repassado R$ 2 milhões a Bumlai. O dinheiro seria referente a um contrato suspeito da Petrobras e seria utilizado para quitar uma dívida imobiliária da nora de Lula.Segundo outro delator, Eduardo Musa, ex-gerente da Petrobras, Bumlai intermediou o pagamento de uma conta do PT de R$ 60 milhões, originada na campanha à reeleição de Lula, em 2006. O nome da operação, Passe Livre, remete ao fato de que o pecuarista tinha livre acesso ao Palácio da Alvorada durante o governo do ex-presidente Lula.
Ainda nesta manhã, o empresário embarca em avião da PF com destino a Curitiba, base da operação Lava Jato. Ele fez exame de corpo de delito em Brasília.
Filhos envolvidos
Dois filhos de Bumlai também foram alvo da operação. Eles foram levados para depor e serão ouvidos pela Polícia Federal em Brasília. Como o pai, eles estavam na capital federal e, de última hora, foi pedido o cumprimento de um mandado de busca e apreensão para confiscar computadores e celulares no quarto de hotel em que eles estavam. Em Mato Grosso do Sul, também foi feita busca e apreensão na residência e nas empresas de Bumlai.
Operação Passe Livre
Desde a madrugada desta terça (24), 140 agentes e 23 auditores fiscais da Polícia Federal cumprem a 21ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Passe Livre. Foram expedidos 25 mandados judiciais, 25 de busca e apreensão e seis de condução coercitiva. A ação é realizada em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
As investigações desta etapa, segundo a PF, partem de apuração das circunstâncias de contratação de navio sonda pela Petrobras com ‘concretos indícios de fraude no procedimento licitatório’.
Os investigados nesta fase responderão pela prática dos crimes de fraudes a licitação, falsidade ideológica, falsificação de documentos, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro, dentre outros que porventura venham a se confirmar.
“Segundo apurações, complexas medidas de engenharia financeira foram utilizadas pelos investigados com o objetivo de ocultar a real destinação dos valores indevidos pagos a agentes públicos e diretores da estatal”, informou a PF em nota. Com informações da Agência Estado.