Alvo da Lava Jato, Edison Lobão assume presidência da CCJ no Senado

O senador Edison Lobão (PMDB-MA) foi eleito nesta quinta-feira (9/2), por aclamação, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pelos próximos dois anos. Antonio Anastasia (PSDB-MG) será o vice.

Lobão foi indicado pela bancada do PMDB no Senado nesta quarta (8). A comissão será responsável pela sabatina do ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, indicado pelo presidente Michel Temer para o Supremo Tribunal Federal (STF).

A indicação de Lobão para a presidência foi votada na primeira sessão pelos participantes da CCJ. Apesar de ter sido recomendado pela bancada do PMDB, havia, até esta quarta, uma disputa interna para o cargo. Isso porque Raimundo Lira (PB) concorria ao posto. Na terça, Marta Suplicy (SP) deixou a disputa.

Os presidentes das comissões do Senado são indicados pelas legendas ou blocos conforme o tamanho das bancadas, pelo acordo firmado entre os líderes partidários da Casa. O PMDB compõe a maior delas, com 21 senadores, e, portanto, optou por indicar o presidente da CCJ. Lobão já foi citado em delações premiadas no âmbito da Operação Lava Jato. Mas, desde o início das investigações, nega envolvimento no esquema de corrupção.

Quando ele era ministro de Minas e Energia, Lobão teria recebido R$ 1 milhão do dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa. Em troca, o empresário teria ingerência política em favor dos interesses do consórcio responsável pelas obras da usina nuclear Angra 3. O ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado, outro delator da operação, disse que o senador “queria receber a maior propina mensal paga aos membros do PMDB”.