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Alvaro Dias aposta em apenas duas candidaturas de centro

O senador defende a refundação da República e a ruptura com a corrupção. Para ele, sua candidatura e a de Alckmin devem ser mantidas

atualizado

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Waldemir Barreto/Agência Senado
Alvaro Dias
1 de 1 Alvaro Dias - Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Pré-candidato à Presidência pelo Podemos, o senador Alvaro Dias (PR) afirmou nesta segunda-feira (11/6), achar difícil a consolidação de uma candidatura única do chamado centro nas eleições presidenciais. Evitando abrir mão de seu nome na disputa, o senador considera que pelo menos duas candidaturas no campo se manterão na corrida pelo Planalto.

“Eu considero difícil. Entendo a possibilidade de reduzir o número de candidaturas, isso sim, são vários os candidatos do centro, é possível reduzir o número talvez a dois”, disse o presidenciável.

Alvaro afirmou que não vê nem o Podemos nem o PSDB, com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin como presidenciável, desistindo de suas pré-candidaturas ao Planalto. O senador ex-tucano diz defender um projeto de “refundação da República e ruptura com o sistema corrupto atual”. Para ele, não há clareza em relação à defesa do mesmo projeto em outras candidaturas.

Alvaro Dias fez ainda um aceno para a ex-ministra Marina Silva, pré-candidata da Rede ao Planalto, que na pesquisa de intenção de votos do Datafolha divulgada no domingo (10/6), figura em segundo lugar em cenários nos quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é candidato, e tem a liderança das intenções de voto para o segundo turno, também com a ausência do petista. “Vencendo ou não as eleições, ela é protagonista e estará na cena política certamente com uma presença sempre exigida.”

O pré-candidato adotou um tom de cautela em relação às propostas de privatização de estatais. Alvaro disse que não se pode vender empresas “na bacia das almas”. Ele se posicionou contrário à privatização da Petrobras e afirmou ser necessário discutir a situação da Eletrobras.

Lava Jato
O senador empenhou-se em fazer uma defesa enfática da Lava Jato, diante da notícia de seu suplente no Senado, o empresário Joel Malucelli, tornar-se um dos alvos da operação. Malucelli é suspeito de pagar propina de R$ 500 mil para possibilitar ao grupo J. Malucelli receber aporte de R$ 330 milhões do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS). Ele nega irregularidades.

O empresário é o patriarca da família que controla a companhia – atuante nos setores de construção, energia, comunicação, financeiro e de seguros – e figura entre os principais doadores de campanha do senador. Questionado sobre o assunto, Alvaro saiu em defesa do rigor das investigações.

“Minha posição é sempre a mesma: rigor absoluto em matéria de investigação; apoio integral, total à Operação Lava Jato, responsável por mudar o cenário não só da política nacional, mas da Justiça brasileira, uma prioridade para o nosso povo”, disse, citando ter “um bom conceito, o melhor conceito” sobre Malucelli. “Cabe a ele responder pelos seus atos, não creio que alguém possa transferir a mim a responsabilidade de dar respostas a essas perguntas. Ele pode responder, espero, da melhor maneira possível.”

Já sobre o fato de ele próprio ter sido citado anteriormente em delações cujas denúncias terminaram arquivadas, Alvaro disse considerar esse mecanismo uma “grande conquista”. “Sem dúvida nenhuma, a Operação Lava Jato não teria o êxito que teve se não fosse esse instituto da delação premiada.”

Malan
O ex-ministro da Fazenda Pedro Malan se tornou um dos conselheiros do pré-candidato Alvaro Dias. Em encontros recentes para discutir propostas na área de economia, Malan tem dado ideias e sugerido nomes para a equipe de Alvaro.

Por sugestão do ex-ministro, o presidenciável vai contratar o economista Everaldo Maciel – ex-secretário da Receita Federal durante o governo Fernando Henrique Cardoso, quando Malan era o titular da Fazenda. O pré-candidato também já se reuniu, por exemplo, com Bernardo Appy, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e Gabriel Leal, da Instituição Fiscal Independente do Senado. Também conversou com o tributarista Sacha Calmon.

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