Álvaro Antônio diz que saiu por “divergência com um ministro”: “Me excedi”
“Mas eu não estou saindo por incompetência, não estou saindo por escândalo”, disse o agora ex-ministro do Turismo de Bolsonaro
atualizado
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Poucas horas depois de ter sido demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o agora ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio foi a uma confraternização com os funcionários da pasta, em um bar em Brasília (DF). Em um discurso de despedida improvisado, ele fez questão de dizer que não saiu por incompetência. Sem citar o nome do desafeto Luiz Eduardo Ramos, secretário-geral da Presidência, Álvaro Antônio ressaltou que deixou o governo por “divergência com um ministro”.
“Eu espero que todos vocês fiquem no Ministério do Turismo. Mas eu não estou saindo por incompetência, não estou saindo por escândalo. Eu só estou saindo porque eu tive uma certa divergência com um ministro e me excedi em algum momento também na minha fala, talvez”, afirmou Álvaro Antônio, em declaração registrada pelo G1.
O ex-ministro disse que sai “de cabeça erguida” e “com a sensação de dever cumprido”. “Nós fizemos o melhor para o turismo brasileiro e conseguimos contribuir com a economia do Brasil”, destacou.
No discurso, Álvaro Antônio afirmou que mesmo fora da pasta continuará leal ao presidente Bolsonaro, a quem agradeceu a oportunidade de comandar o Ministério do Turismo.
Laranjal
Álvaro Antônio esteve no cargo por pouco mais de 1 ano e 11 meses, tendo ingressado no governo em 1º de janeiro de 2019. Assumiu seu lugar na pasta o atual presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Gilson Machado Neto.
O agora ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio sobreviveu a acusações de que patrocinara candidaturas-laranjas nas eleições de 2018, a um indiciamento da Polícia Federal e à denúncia do Ministério Público de Minas Gerais por envolvimento no esquema.
Ele acabou derrubado por conta de uma mensagem enviada em um grupo de WhatsApp que reúne ministros do governo de Jair Bolsonaro.
Na mensagem, Álvaro Antônio acusava o colega chefe da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, de ataques “sem parar” a conservadores, “de forma covarde”. Para arrematar, chamou o adversário de “traíra”.
Estava inconformado com o que identificava como movimentos do general da reserva para tirá-lo do cargo na reforma ministerial que vem sendo gestada na Planalto para o próximo ano. Leia a íntegra aqui.