Bolsonaro e aliados ironizam carta pela democracia. Veja
Com mais de 925 mil assinaturas, o documento foi lido durante a manhã desta quinta-feira (11/8) em várias partes do país
atualizado
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Criticada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) há semanas, a carta pela democracia mexeu com os ânimos dos aliados do chefe do Executivo. Com mais de 925 mil assinaturas, o documento foi lido durante a manhã desta quinta-feira (11/8) na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), na capital de São Paulo, e em diversas partes do país.
O próprio presidente e figuras políticas do governo se manifestaram contra os atos. Nas redes sociais, Bolsonaro minimizou a carta e chamou atenção para a redução anunciada pela Petrobras no preço do diesel. Veja:
– Hoje, aconteceu um ato muito importante em prol do Brasil e de grande relevância para o povo brasileiro: a Petrobrás reduziu, mais uma vez, o preço do diesel.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) August 11, 2022
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, opinou no Twitter que a “democracia é de todo mundo”.
Veja:
A Democracia não pertence a ninguém. A Democracia é de TODOS NÓS! A Democracia, inclusive, é o que deveria existir mais em países como Venezuela e Cuba, que alguns “democratas” no Brasil apoiam.
— Ciro Nogueira (@ciro_nogueira) August 11, 2022
O deputado federal e filho do presidente Eduardo Bolsonaro (PL) retuitou uma mensagem do empresário bolsonarista Luciano Hang, que classificou o documento como “Carta do Lula”. A deputada da ala do presidente Alê Silva corroborou:
Agora só falta a carta em prol do Lula, quer dizer, em “prol da democracia”, ser assinada por Maduro, Kim Jong-um, Ortega e por aí vai. O povo não cai mais nesses discursos hipócritas da esquerda, a história está aí para contar a verdade e o que defendem de fato, não é mesmo? pic.twitter.com/BSveM3neVf
— Luciano Hang (@LucianoHangBr) August 10, 2022
Já tá valendo fazer campanha? A leitura da tal “carta pela democracia” na USP é abertamente uma campanha pro ex-presidiário Lula molusco.
— Alê Silva 🇧🇷Meu Presidente, nosso herói🇧🇷 (@alesilva_38) August 11, 2022
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, voltou a publicar a ironização do presidente à carta:
— Fábio Faria 🇧🇷🇧🇷🇧🇷 (@fabiofaria) August 11, 2022
Victor Godoy, ministro da Educação, também se manifestou.
Eu, Victor Godoy, assino essa carta em favor da democracia junto com o Presidente Bolsonaro. 🇧🇷🇧🇷🇧🇷 https://t.co/bRrpsUGiAK
— Victor Godoy (@victorv_godoy) August 11, 2022
Outro filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro utilizou um vídeo do ministro Fábio Faria, e completou dizendo que o mandatário “defende a democracia prevista na Carta Magna”. Veja a sequência de publicações:
Bolsonaro defende a democracia prevista na Carta Magna (Constituição Federal), MAS a grande mídia quer te enganar que a carta boa é a do Lula. rs https://t.co/0x1NFNTSg1
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) August 11, 2022
A democracia que nós defendemos é a prevista na Constituição Federal. Essa o Presidente @jairbolsonaro segue à risca!
Mas quem quer assinar a carta do ex-presidiário à “democracia” fique à vontade, eu não quero no Brasil as “democracias” que ele defende (Cuba, Coreia do Norte…) pic.twitter.com/iaFrknC9W0— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) August 11, 2022
O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, divulgou vídeo em suas redes chamando a Carta pela Democracia de “palhaçada” de “um bando de esquerdopatas” e disse que o movimento de defesa do sistema eleitoral tem o objetivo de “atingir o presidente Bolsonaro”
“Carta da Democracia uma ova, um bando de esquerdopatas que assinaram a carta apoiam os maiores corruptos do país”, vociferou o religioso. “É apenas uma carta de um bando de cínicos, de apoiadores de corruptos, que querem que eles voltem”, completou ele.
Bolsonaro e a palhaçada da carta da democracia pic.twitter.com/tLpixrVBfB
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) August 11, 2022
Carta
A Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito foi lida na manhã desta quinta-feira (11/8) na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), na capital de São Paulo. Intelectuais, economistas, empresários e sindicalistas defendem democracia e eleições no ato.
Mais cedo, José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça, leu o manifesto Em Defesa da Democracia e da Justiça, no salão nobre da faculdade. Organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o documento teve a adesão de 107 entidades.
O texto começou receber apoio em 26 de julho e conta com 925 mil assinaturas. Entre os signatários, há políticos, entidades sindicais, empresários, professores, artistas e demais cidadãos.
A iniciativa de juristas surgiu após diversos ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro e às urnas eletrônicas.
Atos por todo país
Às 11h30, a Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito é lida novamente em ato público no Largo São Francisco, no centro de São Paulo. Em 11 de agosto de 1977, nos mesmo locais, também ocorreu o ato de leitura da Carta aos Brasileiros.
Em São Paulo, também foram convocadas manifestações em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), na Avenida Paulista, e em cidades do interior, como Campinas, Ribeirão Preto e Santos.
Em Brasília, às 15h, está previsto um ato em frente ao Congresso Nacional. O manifesto também deve ser lido em universidade do Rio de Janeiro. Além disso, haverá uma manifestação na Candelária, às 16h.