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Aliados de Bolsonaro embarcam na onda e aderem ao Twitter

Além do presidente eleito, microblog caiu nas graças da próxima cúpula da União. Do vice ao futuro chanceler, veja quem anda usando a rede

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Sessão do congresso Nacional 30 anos da constituição. Brasília(DF), 06/11/2018
1 de 1 Sessão do congresso Nacional 30 anos da constituição. Brasília(DF), 06/11/2018 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Integrantes do governo de transição de Jair Bolsonaro escolheram o Twitter como canal de comunicação prioritário. O modelo de fazer anúncios e medidas gerenciais é adotado há um bom tempo pelo presidente norte-americano Donald Trump e, no Brasil, ganhou novos adeptos entre os indicados pelo militar da reserva. A lista vai desde o vice-presidente, o general Hamilton Mourão, até o novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. A popularidade desses integrantes está em alta no microblog norte-americano criado há 12 anos.

O presidente eleito participa da rede social desde 2010 e lidera, com folga, o número de seguidores entre os integrantes do futuro governo federal. São 2,49 milhões de perfis recebendo as mensagens de Bolsonaro. E ele faz uso frequente da rede social.

Foi por meio do Twitter que o peesselista anunciou os nomes para ocupar os ministérios da Educação, Saúde, Relações Exteriores, Defesa, Ciência e Tecnologia, Agricultura, Justiça e Segurança Pública, e também a Controladoria-Geral da União e a Advocacia-Geral da União.

Em seguida, no quesito popularidade, vêm o ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, e o vice-presidente, general Mourão, ambos na casa dos 100 mil seguidores. Mourão, que criou o perfil em novembro e publicou 66 mensagens até a sexta-feira (23/11) segue uma única conta: a de Bolsonaro.

No Twitter, o general dá detalhes de sua agenda, procurando reforçar, impor e cravar posição no governo. Onyx, por sua vez, não tem uma atividade intensa na plataforma, se concentrando em mensagens de “bom dia” e “boa semana” aos seguidores.

 


O presidente Michel Temer e seus comandados também participam do Twitter. Mas o atual chefe do Planalto tem 998 mil seguidores, menos da metade de Bolsonaro. Outros membros do governo Temer têm perfis menos populares que os futuros ocupantes da Esplanada.

O ministro das Cidades, Alexandre Baldy, é acompanhado por 4.619 usuários. Titular da Saúde, Ricardo Barros é seguido por 5.757 perfis. Já as mensagens do ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, alcançam 7.877 pessoas. Para efeito de comparação, o ministro das Relações Exteriores de Bolsonaro, Ernesto Araújo, entrou para a rede social em novembro e tem mais de 79 mil seguidores.

Perfis falsos e sátiras
Na contramão da informação ágil e direta, há também contas falsas que se passam por membros do futuro governo ou simplesmente criadas para satirizar ou tratar com humor determinado aliado de Bolsonaro. O economista Paulo Guedes, por exemplo, aparece em diferentes perfis: @Spock_98 – o mais popular, com 12,5 mil seguidores –, @PauloGu13114679 , @Direitalivrebr @GuedesDemitido são alguns deles. Este último, inclusive, não tem a intenção de dizer que é original, e sim uma “conta paródia monitorando quanto tempo dura esse casamento [entre Bolsonaro e Guedes]”.

Braço direito do presidente eleito e indicado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Augusto Heleno disse ao Metrópoles que não possui conta. “Não confirmo esse perfil. Faz anos que não uso o Twitter”. O perfil @GeneralAugustoH, acompanhado por 23,1 mil seguidores, tem publicado informações como se fosse a conta do general, mas ele nega.

O vice, general Hamilton Mourão, também tem perfis falsos e humorísticos, além da conta verificada.

A tropa do capitão 

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Decisão de não vender o Banco do Brasil é um novo ponto de divergência entre o presidente e o ministro Pauloo Guedes
Gustavo Bebianno foi a primeira baixa no governo Bolsonaro, em fevereiro de 2019
Marcos Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia
Ex-ministro da Fazenda de Dilma Rousseff (PT), <strong>Joaquim Levy </strong> assumirá a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
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Ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno

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Decisão de não vender o Banco do Brasil é um novo ponto de divergência entre o presidente e o ministro Pauloo Guedes

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Gustavo Bebianno foi a primeira baixa no governo Bolsonaro, em fevereiro de 2019

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Marcos Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia

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Ex-ministro da Fazenda de Dilma Rousseff (PT), Joaquim Levy assumirá a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

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O juiz Sérgio Moro vai conduzir o Ministério da Justiça e Segurança Pública

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Após carta de países europeus, Mourão se reune com Salles e Tereza Cristina

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O general da reserva Fernando Azevedo e Silva vai comandar o Ministério da Defesa

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Ex-chanceler Ernesto Araújo é fã do escritor Olavo de Carvalho

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Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto

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Wagner Rosário, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU)

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O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, montou um grupo de trabalho para criar um Plano Nacional de Inteligência de Segurança Pública

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O colombiano Ricardo Vélez Rodriguez foi indicado para conduzir a pasta de Educação

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Caneladas e atritos
Ativo nas redes sociais, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) controlou as atividades do pai no Twitter durante toda a campanha presidencial. Na semana passada, ele anunciou que retomará os trabalhos na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e que, desde 21 de novembro, deixou de publicar informações no perfil de Bolsonaro.

 

Pela mesma rede social, Carlos afirmou que não assumirá nenhum ministério ou secretaria. “Sigo meu trabalho sem problema algum no Rio. O resto das especulações é desconhecimento ou mau-caratismo mesmo”, escreveu. O nome dele foi cotado para assumir a Secretaria Especial de Comunicação do Governo Federal.

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Carlos Bolsonaro foi o responsável por controlar a conta do pai no Twitter. Promoveu embates e questionou jornalistas e reportagens

 

Durante a campanha presidencial, Bolsonaro trocou farpas e ofensas com o candidato petista Fernando Haddad via Twitter. A plataforma serviu para mensagens questionando ações e informações um do outro. Passada as eleições, os ânimos acalmaram entre adversários. Até quando, não se sabe.

Avanço necessário
Mestre em administração pela Universidade de Brasília (UnB), especialista em política e diretor da Strattegia Consultoria, Alexandre Bandeira acredita ser positiva a forma de comunicação dos membros do novo governo, mas considera necessário avançar no diálogo com os seguidores.

“O que o povo vai querer ver é feedback [retorno], até para retroalimentar esses eleitores militantes. São pessoas que, independentemente dos erros e acertos, vão estar sempre com o governo. Essa interação eles também vão precisar fazer quando começarem a discutir projetos que possam desagradar parte dos eleitores por atingir diretamente interesses pessoais ou de um setor”, afirma.

É um canal de informação que tem a cara desse governo e promove um contato imediato. Mas talvez eles precisem mudar a performance em relação a ter um número maior de informações. Colocam a notícia, mas não debatem a informação. Talvez essa instrumentação venha com o novo governo e a contratação de empresas e profissionais para cuidar disso

Alexandre Bandeira, especialista em política

Diretor da AP/Exata com pós-doutorado em comunicação, Sergio Denicoli explica que o Twitter é uma ferramenta onde tendências são ditadas por reunir formadores de opinião. De lá, os comentários são replicados em outras redes, como o Facebook.

“É uma rede importante para emitir dados para a imprensa sem que haja questionamentos. O Bolsonaro opta pelas transmissões no Facebook quando quer se comunicar diretamente com a população, mas, quando deseja difundir informação para a imprensa, usa o Twitter”, observa Denicoli.

Segundo o especialista, o presidente eleito opta pelo Twitter pelo fato de a ferramenta permitir espalhar informação sem muitos detalhes e sem a necessidade de responder perguntas, muitas vezes inconvenientes.

“O risco maior é que essas mensagens sejam interpretadas de forma equivocada. Isso não me parece problema para a equipe dele ou a de Trump, que depois acabam culpando a imprensa caso algo saia da linha prevista”, acrescenta.

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