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“Alguém de oposição” no Inpe divulga dados ruins sobre Amazônia, diz Mourão

Vice-presidente afirmou que dados positivos sobre redução de focos de queimadas e desmatamento não são destacados

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
O vice-presidente Hamilton Mourão
1 de 1 O vice-presidente Hamilton Mourão - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), disse que “há alguém” no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que faz oposição ao governo e divulga dados sobre queimadas e desmatamento apenas quando o dado é ruim. A declaração foi dada na entrada do prédio da Vice-Presidência nesta terça-feira (15/9).

“Quando o dado é negativo o cara vai lá e divulga. Quando é positivo, não divulga, entendeu?”, acusou o vice. Questionado sobre quem seria essa pessoa, Mourão respondeu: “Não sei, não sou diretor do Inpe”.

Dados do sistema de monitoramento do Inpe mostram que o bioma amazônico já teve mais focos de queimadas na primeira quinzena deste mês do que todo o mês de setembro do ano passado. Foram 19.925 em 2019 e 20.485 até o dado mais recente para setembro. O recorde histórico para o mês ocorreu em 2017, quando a Amazônia registrou 73.141 pontos de calor.

Galvão x Bolsonaro

A frase de Mourão lembra um episódio de um ano atrás, quando, após embates com o presidente Jair Bolsonaro, o então diretor do Inpe, Ricardo Galvão, anunciou que estava saindo do cargo, para o qual teria mandato até 2020.

Em entrevista dada em 2 de agosto de 2019, Galvão afirmou que a discussão com o mandatário da República gerou um constrangimento insustentável. “O meu discurso em relação ao presidente criou um constrangimento. Tinha uma preocupação muito grande que iria respingar em mim”, explicou o cientista.

Na época, Bolsonaro acusou o Inpe de divulgar dados errados sobre desmatamento. De acordo com relatório publicado em julho, teria havido um aumento de 88% no volume do desmatamento na Amazônia, informação que foi questionada prontamente pelo governo. O presidente chegou a dizer que Galvão, que é professor de física da Universidade de São Paulo (USP), estaria agindo “a serviço de uma ONG”.

Em outra ocasião, o presidente acusou Ricardo Galvão de trabalhar em desfavor do Brasil, “Com toda a devastação que vocês nos acusam de estar fazendo e de ter feito no passado, a Amazônia já teria se extinguido”, declarou Bolsonaro.

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