Alcolumbre diz que Conselho de Ética não pode voltar por “conveniência”
Cresce a pressão pelo retorno do colegiado devido ao caso do senador Chico Rodrigues, flagrado escondendo dinheiro nas nádegas
atualizado
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O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou nesta terça-feira (20/10) que o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa só voltará quando as demais comissões permanentes recomeçarem a funcionar. Segundo o parlamentar, não é possível abrir comissões por “conveniência ou não de um assunto ou outro”.
Desta forma, o processo do senador Chico Rodrigues, flagrado escondendo dinheiro nas nádegas, fica parado. Alcolumbre disse que vai tratar do retorno das comissões permanentes presenciais a partir do dia 4 de novembro, quando está prevista a próxima sessão do Congresso Nacional.
“Há uma preocupação de muitos senadores em relação ao funcionamento do Senado, por conta do coronavírus. Então, eu não posso por uma conveniência ou não, de um assunto ou outro, decidir sozinho isso. Eu tenho que dividir com todos que estão preocupados com o coronavírus”, declarou.
Após o caso de Rodrigues, vem crescendo a pressão pela reabertura do Conselho de Ética. O presidente do colegiado, Jayme Campos (DEM-MT), defendeu, mais cedo, o retorno do colegiado. Ele disse que recebeu a representação dos partidos Rede e Cidadania e encaminhou à Advocacia-Geral do Senado para que faça o parecer. Só conseguirá dar sequência, contudo, quando a comissão retornar.
Rodrigues foi alvo da Operação Desvid-19, que investiga um esquema de desvio de recursos através de emendas parlamentares e fraude em licitação ligada à Secretaria de Saúde de Roraima no âmbito do combate à Covid-19.
Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão, os agentes da Polícia Federal (PF) encontraram cerca de R$ 30 mil escondidos na cueca e nas nádegas de Chico Rodrigues.
Nesta terça-feira, o senador pediu licença do mandato por 121 dias. O primeiro suplente, Pedro Arthur Rodrigues (DEM-RR), filho do senador, deve assumir.
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento de Rodrigues por 90 dias. A decisão seria apreciada na quarta-feira (21) pelo plenário da Corte. Com a licença de Rodrigues, o julgamento saiu de pauta.