metropoles.com

Alckmin usou o cunhado para receber R$ 10,3 milhões, afirmam delatores

Como governador, ele não tem foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF), mas em outra corte, o Superior Tribunal de Justiça (STJ)

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Fotos Públicas/Divulgação
1 de 1 - Foto: Fotos Públicas/Divulgação

Três delatores da Odebrecht afirmaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), usou o cunhado para pegar R$ 10,7 milhões do setor de propinas da empreiteira. As informações constam de manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“Trata-se de petição instaurada com lastro nos termos de depoimentos dos colaboradores Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Carlos Armando Guedes Pachoal e Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, os quais relatam que o Grupo Odebrecht teria repassado ao então candidato Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho, atual Governador do Estado de São Paulo, a pretexto de contribuição eleitoral, R$ 2 milhões no ano de 2010 e R$ 8,3 milhões no ano de 2014, todas somas não contabilizadas”, narra o ministro Edson Fachin.

“Referidos repasses seriam implementados por meio do Setor de Operações Estruturadas da companhia, mediante o sistema “Drousys”. Menciona-se, inclusive, que Adhemar César Ribeiro, cunhado do Governador Geraldo Alckmin, receberia pessoalmente parte desses valores e que, ao lado desses pagamentos, houve também doação oficial de R$ 400 mil.”

Como governador, Alckmin detém foro privilegiado perante outra corte, o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Janot afirmou que “não existe menção a crimes praticados por autoridades detentoras de foro por prerrogativa de função nesta Corte” e pediu o reconhecimento da incompetência do Supremo Tribunal Federal para a apuração dos fatos.

“Considerando que o suposto beneficiário das doações exerce o cargo de governador do Estado de São Paulo, postula autorização para utilizar “o material perante o foro competente, o Superior Tribunal de Justiça, a fim de que lá sejam tomadas as providências cabíveis.”Pede, ainda, “o levantamento do sigilo dos termos aqui referidos, uma vez que não mais subsistem motivos para tanto”, relata Fachin.

“Ante o exposto: (i) determino levantamento do sigilo do procedimento; (ii) defiro o pedido do Procurador-Geral da República para o uso de cópia dos termos de depoimentos dos colaboradores Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Carlos Armando Guedes Pachoal e Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, e documentos apresentados, junto ao Superior Tribunal de Justiça. Registro que a deliberação aqui implementada não importa em determinação de competência, a qual poderá ser reavaliada nas instâncias próprias.”

Alckmin afirmou que “jamais pedi recursos irregulares em minha vida política, nem autorizei que o fizessem em meu nome”. Ele acrescentou que nunca recebeu “um centavo ilícito” e, desta forma, “sempre exigi que minhas campanhas fossem feitas dentro da lei.”

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?