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Alckmin recua e apoia proposta de embarque do PSDB em gestão Temer

O governador de São Paulo havia afirmado, no início da semana, que era contra a nomeação de ministros filiados ao partido

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Rovena Rosa/Agência Brasil
Alckmin fala sobre perspectivas e investimentos para 2016
1 de 1 Alckmin fala sobre perspectivas e investimentos para 2016 - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O senador Aécio Neves removeu nesta quinta-feira, 28, um dos últimos focos de resistência no PSDB à participação do partido em cargos de um eventual governo Michel Temer (PMDB) e conseguiu o apoio do governador Geraldo Alckmin à proposta.

Depois de dizer na segunda-feira, 25, em um evento em Ribeirão Preto que era contra a nomeação de ministros filiados ao partido, o governador afirmou nesta quinta, depois de uma reunião com Aécio no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, que o PSDB não irá proibir que seus quadros ocupem espaço na administração Temer, caso a admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff (PT) seja aprovada no Senado.

“O partido não vai proibir ninguém que queria aceitar e participar se for convidado. Vivemos em um modelo presidencialista. O presidente monta a sua equipe. Mas o partido não vai pleitear cargos e espaços. Não vai fazer indicações. Isso é o que eu defendo. Esse é o caminho. Não mudei de opinião”, afirmou o governador tucano.

Licenciamento

Alckmin também desautorizou a proposta feita por seu aliado, o deputado Silvio Torres (SP), secretário-geral do PSDB, de que os tucanos que quisessem assumir cargos deveriam se licenciar da sigla. “Não tem cabimento se licenciar e isso não tem nada a ver com 2018”, afirmou Alckmin, que concedeu entrevista ao lado de Aécio.

A proposta de Silvio Torres foi rejeitada pela bancada dos deputados do partido em reunião com Aécio na terça-feira, 26, mas o discurso original do partido depois da votação do impeachment na Câmara era majoritariamente contra o embarque em uma eventual gestão Temer. Essa posição durou até domingo.

A mudança ocorreu após Temer, pressionado pelo PSDB, se comprometer publicamente que a articulação com o partido acontecerá em caráter institucional e sinalizar que o senador José Serra (SP) só ocuparia um ministério com aval do comando partidário.

Antes de visitar Alckmin, o senador Aécio Neves se reuniu com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no apartamento dele em São Paulo. Na saída, afirmou que o compromisso de Temer com um projeto de acabar com a reeleição não é “pré-condição” para o apoio, mas “estimula” que várias outras forças políticas se somem a ele. “O fim da reeleição não é uma imposição”, afirmou o senador.

FHC

Em entrevista ao lado de Aécio, o ex-presidente criticou Dilma e reforçou a defesa da tese de embarque integral em uma eventual gestão Temer. “Lamento que a atual presidente não tenha chamado o País para, unidos, sairmos da crise”, disse FHC”. “O PSDB não deve se negar (a participar). Não será um governo do PSDB. Ao meu ver, não deve ser o governo de nenhum partido. Não pode ser a cara de um partido. É um governo de emergência nacional. Quem vais e negar a ajudar o Brasil em uma emergência”, finalizou FHC

Para reforçar a posição do PSDB, Aécio está promovendo um ciclo de consultas a todas as instâncias partidárias. Depois de Alckmin os demais governadores tucanos serão consultados.

Beto Richa (PR) e Pedro Taques (MT) se manifestaram contra a ocupação de cargos durante o Fórum Empresarial, que ocorreu em Foz do Iguaçu no fim de semana passado. A decisão final será anunciada na próxima terça-feira, 3, em uma reunião da executiva tucana na qual será apresentado um documento com demandas da legenda para Temer.

Além de Serra, que já foi cotado para assumir os ministérios da Educação, Saúde e, mais recentemente, o Itamaraty, outros tucanos também já aparecem na lista de possíveis futuros ministros por aliados do vice-presidente. A deputada federal Mara Gabrili (SP) pode assumir a pasta dos Direitos Humanos.

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