Alckmin intensifica agenda com montadoras em meio à crise no setor
Nas últimas semanas, o vice-presidente Geraldo Alckmin teve diversos encontros com representantes da indústria automotiva
atualizado
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Nas últimas semanas, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), tem feito uma série de reuniões com empresas do ramo automobilístico. Desde o dia 17 de abril, Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, reuniu-se com cinco empresas do setor. Além das fabricantes de veículos, o vice-presidente também teve encontros com empresas de combustíveis, com quem se reuniu em duas ocasiões.
Na pauta dos encontros com as automotivas está a produção de carros híbridos e elétricos, que reduzem o consumo de combustível e a emissão de poluentes. Já durante as agendas voltadas às empresas de combustíveis, Alckmin tem se manifestado de forma favorável à expansão sustentável do setor de biodiesel no país, garantindo vantagens econômicas, sociais e ambientais para a indústria brasileira.
Os encontros ocorrem em meio às confirmações de que General Motors, Hyundai, Volkswagen e Stellantis (que engloba marcas como a Fiat, Peugeot e Citröen) devem pausar suas operações no Brasil. A decisão ocorre diante do cenário econômico do país. Com a alta da inflação, por exemplo, o preço dos carros foi afetado e tem aumentado nos últimos anos, o que gera uma desaceleração na demanda de veículos.
Veja as agendas de Alckmin com os segmentos:
- 17 de abril: Audi
- 19 de abril: Iveco
- 20 de abril: Toyota e Shell
- 24 de abril: Ford e Ubrabio
- 25 de abril: Volkswagen
Extremamente ativo em diálogos com diversos setores, desde o dia 1ºde janeiro, Alckmin teve agendas com parlamentares, ministros, governadores, entidades de organismos empresariais e representantes de outros países. Mas o foco principal foi no empresariado, um dos grupos nos quais Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta vencer resistências desde a campanha eleitoral do ano passado.
Os empresários veem Lula com certa reserva em vários aspectos, em especial da política econômica que tem sido desenhada pelo petista. Nesse sentido, Alckmin tem procurado trabalhar para minar as resistências ao presidente da República.
Levantamento do Metrópoles com base na agenda oficial mostra que, em 100 dias, o ex-tucano teve ao menos 95 encontros com empresários ou com organismos que representam o empresariado. Em três meses de governo, o vice e ministro se desdobrou entre as duas atribuições e teve quase um encontro com a categoria a cada dia.
Renovação de frota
As reuniões com empresas do setor automotivo ocorrem ao mesmo tempo em que o governo estuda um programa de renovação de frota de veículos, retirando da circulação do país carros velhos e mais poluentes, em prol do meio ambiente.
A proposta foi apresentada por Alckmin à equipe econômica no início do mês. A ideia do governo é indenizar os donos dos veículos antigos. O programa seria bancado por meio de recursos de fundos já existentes de petroleiras.
No ano passado, o governo de Jair Bolsonaro (PL) regulamentou as regras para retirar, de forma voluntária, a retirada de veículos que não atendam aos parâmetros técnicos de rodagem ou que tenham mais de 30 anos de fabricação.
O benefício criado na gestão anterior, no entanto, não se aplica a carros, como agora quer o atual governo, mas a caminhões, implementos rodoviários, ônibus, micro-ônibus, vans e furgões.