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Alckmin erra ao falar de pesquisas e de fraude na merenda escolar

Na terça-feira passada (16/1), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), concedeu entrevista aos jornalistas José Luiz Datena e Fernando Mitre, na Rádio Bandeirantes, e comentou as pesquisas eleitorais para presidente da República. Falou também sobre o escândalo da máfia das merendas e os efeitos da crise econômica no governo de São Paulo. A Lupa checou […]

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Daniel Teixeira/agência estado
GERALDO ALCKMIN
1 de 1 GERALDO ALCKMIN - Foto: Daniel Teixeira/agência estado

Na terça-feira passada (16/1), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), concedeu entrevista aos jornalistas José Luiz Datena e Fernando Mitre, na Rádio Bandeirantes, e comentou as pesquisas eleitorais para presidente da República. Falou também sobre o escândalo da máfia das merendas e os efeitos da crise econômica no governo de São Paulo. A Lupa checou algumas das declarações do tucano. Veja a seguir:

Dida Sampaio/Estadão

“O Aécio tinha, em abril [de 2014], 5%. (…) Eu tenho de 9% a 12%”
Geraldo Alckmin em entrevista à Rádio Bandeirantes no dia 16 de janeiro de 2018Aécio não tinha 5% das intenções de voto em pesquisas estimuladas feitas em abril de 2014, e sim o triplo disso.

Naquele mês, três institutos nacionais divulgaram pesquisas eleitorais. O Ibope pesquisou cinco cenários envolvendo Aécio, e ele oscilou entre 14% e 17%. O Datafolha também sondou cinco cenários, onde o senador apareceu em patamar semelhante: entre 14% e 18%. Já no levantamento feito pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), em três cenários, o parlamentar mineiro atingiu um degrau ainda mais alto: entre 21,2% e 21,6%.

Alckmin exibe, atualmente, números mais modestos. No Datafolha, em pesquisa divulgada em dezembro do ano passado, ele aparece em seis cenários, oscilando entre 7% e 12%. Ele passa dos 10% apenas em cenários sem a presença do ex-presidente Lula como candidato. No Ibope, cujo levantamento foi divulgado em outubro, são quatro cenários, nos quais ele oscilou entre 4% e 8%. Finalmente, pela CNT/MDA, de setembro, ele aparece em um único cenário, com 8,7%.

Nas pesquisas espontâneas, nas quais os nomes dos candidatos não são informados ao eleitor, a “vantagem” de Aécio é ainda maior. Ele foi citado por 3% dos entrevistados pelo Datafolha, 7% pelo Ibope e 9,3% pela CNT/MDA. Enquanto Alckmin atingiu 1%, no Datafolha e no Ibope, e 1,2% na CNT/MDA.

Procurado, o governo de SP declarou que o raciocínio do candidato está correto e informou que uma pesquisa espontânea da CNT/MDA, de janeiro de 2014, apontava 5,6% das intenções para Aécio, enquanto uma estimulada realizada pelo Ibope “na mesma época” mostrava o candidato com 13%. As sondagens, na verdade, são de fevereiro e março, respectivamente. Além disso, a assessoria do governador disse restar “óbvio” que o governador comparava os dois candidatos em períodos semelhantes. Na entrevista, Alckmin foi bastante claro ao se referir a pesquisas de abril de 2014.

Andre Borges/Agência Brasília

“[Foi] O governo que descobriu [o caso de fraude nas merendas]. O governo que fez todo o processo e agora vai a Justiça delimitar [a responsabilidade]”
Geraldo Alckmin em entrevista à Rádio Bandeirantes no dia 16 de janeiro de 2018Em janeiro de 2016, o Ministério Público e a Polícia Civil de São Paulo deflagraram a Operação Alba Branca com o objetivo de investigar esquema de superfaturamento na venda de alimentos para a merenda escolar infantil. Em nota, a Polícia Civil de São Paulo informou que “as investigações se iniciaram a partir de denúncia formal de um ex-funcionário da Cooperativa Agrícola Familiar – COAF de Bebedouro”.

A Operação Alba Branca se debruçou sobre um esquema de corrupção por meio do qual uma organização pagava propina em troca de contratos superfaturados para fornecer merenda escolar à Secretaria de Estado da Educação, do governo Alckmin, e a 22 prefeituras paulistas.

Na última segunda-feira (15), o Ministério Público denunciou os envolvidos, incluindo o ex-presidente da Assembleia de São Paulo Fernando Capez (PSDB). Em suma: não foi o governo que descobriu, tampouco o governo que “fez todo o processo”.

assessoria de imprensa do governo de São Paulo destacou que a Polícia Civil é um órgão do Governo do Estado e que a Secretaria de Educação tomou todas as medidas administrativas cabíveis, além de proibir a participação da Coaf em licitações.

Daniel Ferreira/Metrópoles

“São Paulo (…) conseguiu manter o investimento [durante a crise]”
Geraldo Alckmin em entrevista à Rádio Bandeirantes no dia 16 de janeiro de 2018O investimento direto feito pelo governo de São Paulo caiu significativamente desde 2014. É possível verificar isso nos relatórios resumidos de execução orçamentária, publicados bimestralmente. Em 2014, São Paulo investiu (considerando valores liquidados) 8,1% do que arrecadou. Em 2015, essa proporção caiu para 5,6% e, em 2016, 4,9%. Os dados finais de 2017 ainda não estão disponíveis no Portal da Transparência do estado, mas, até outubro, essa proporção era de 4,2%.

Em valores absolutos, corrigidos pelo IGPM, a queda foi ainda mais acentuada. Em 2014, São Paulo investiu R$ 13,1 bilhões. Esse número caiu em mais de um terço, para R$ 8,5 bilhões, em 2015, e, novamente, reR$ 7 bilhões, em 2016. Veja aqui o levantamento completo.

Procurado, o governo de SP disse que manteve o patamar de investimentos dos cinco anos anteriores em 2015 e 2016, apesar da queda de arrecadação. No cálculo, a assessoria do governo incluiu inversões financeiras primárias e investimentos de empresas estatais. Mas, mesmo assim, a proporção de investimento sobre o arrecadado teve queda. De acordo com a própria assessoria, foi de 12% em 2014 para 9% em 2016.

 

istock

“O Brasil, da década de 30 à década de 70, (…) cresceu 5% ao ano durante 40 anos”
Geraldo Alckmin em entrevista à Rádio Bandeirantes no dia 16 de janeiro de 2018Segundo série histórica mantida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a média de crescimento do Brasil no período foi de 5,7%, patamar próximo ao citado pelo tucano.

Não se tratou de um crescimento constante, havendo intervalos de aquecimento e resfriamento da economia durante o período. Por exemplo: ainda sob a influência do crash de 1929, a economia chegou a diminuir 3,3% em 1931, enquanto, em 1936, o crescimento foi a 12,1%.

*Por Chico Marés

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