Alckmin critica manutenção da Selic em 13,75%: “É muito radicalismo”
Segundo Alckmin, é preciso “estimular a economia”. Nesta semana, Copom manteve taxa de juros em 13,75% ao ano pela 5ª vez seguida
atualizado
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O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), criticou, nesta quinta-feira (23/3), a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, de manter a taxa de juros, a Selic, em 13,75%. Durante agenda em São Paulo, Alckmin falou em “radicalismo” e que é preciso “estimular a economia”.
“É muito radicalismo. Quer dizer, de um lado, você tinha, até pouco tempo atrás, juros de 2%. Agora 13,75%. Eu acho que precisa ter mais moderação. Não há uma inflação de demanda, pelo contrário. É preciso estimular a atividade econômica”, defendeu Alckmin.
Nas últimas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem criticado o Banco Central e o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, pelo percentual da taxa de juros.
Mesmo após a insatisfação demonstrada pela cúpula do governo, o Copom manteve a Selic em 13,75% ao ano. Segundo o colegiado, a decisão levou em conta o cenário internacional “adverso e volátil”, além da alta dos juros nos Estados Unidos.
Mais cedo, nesta quinta, Lula disse que Campos Neto “não foi eleito pelo povo” e que a responsabilidade por sua indicação é do Senado Federal. “Ele só tem de cumprir a lei que estabeleceu autonomia do Banco Central”, afirmou.
“Digo todo dia que não há explicação para nenhum ser humano do planeta Terra, a taxa de juros no Brasil estar 13,75%. Não existe explicação. Não posso ficar discutindo cada relatório do Copom. Eles fazem o que eles estão fazendo e a história julgará cada um de nós”, declarou o presidente.
Mudança só no segundo semestre
O mercado financeiro acredita na queda da taxa básica de juros no Brasil somente a partir de julho. Se confirmada, a redução só ocorrerá com maior ênfase em agosto e setembro, com corte de cerca de 0,15 ponto percentual.
Segundo executivos, outro ponto com chance de antecipar a diminuição dos juros seria a apresentação da proposta do novo arcabouço fiscal pelo Palácio do Planalto.
A expectativa era que o texto substituto da atual norma do teto de gastos fosse divulgado nesta semana. O presidente Lula, porém, disse que o projeto só será apresentado em abril, após retornar de sua viagem à China.