metropoles.com

Alckmin assume PSDB e tenta contrapor Lula

Governador de São Paulo comanda partido tucano com objetivo de apresentar opção de centro aos eleitores em 2018

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Comissão especial sobre o pacto federativo ouve governadores
1 de 1 Comissão especial sobre o pacto federativo ouve governadores - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, assume neste sábado (9/12) o comando do PSDB com a preocupação de apresentar um discurso capaz de lhe credenciar como candidato do centro político na disputa presidencial de 2018. Alckmin vai se oferecer como um contraponto à possível candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dirá que o petista “será condenado nas urnas pela maior recessão da nossa história”

“As urnas o condenarão pelos 15 milhões de empregos perdidos, pelas milhares de lojas fechadas, sonhos desfeitos e negócios falidos. As urnas o condenarão pela frustração dos projetos de milhões de famílias levadas ao desespero, por ter sucateado o SUS e atentado contra a saúde de todos os brasileiros”, diz trecho do discurso que o tucano preparou para a convenção nacional da sigla, em Brasília.

O evento que marcará a posse de Alckmin na presidência do PSDB também será um lançamento informal da segunda candidatura dele a presidente da República – na primeira disputa, em 2006, foi derrotado por Lula no segundo turno.

O governador paulista vai tentar se viabilizar eleitoralmente como o mais preparado para liderar o campo antipetista e retomar a polarização que marcou as últimas eleições presidenciais. “Nós os derrotaremos nas urnas”, dirá Alckmin ao se referir ao ex-presidente. Lula já está em pré-campanha pelo País, mas pode ser condenado em segunda instância pela Justiça Federal e ter de travar uma batalha judicial pelo direito de concorrer na eleição Lula lidera as pesquisas de intenção de voto, seguido por Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

O objetivo do PSDB sob a chefia de Alckmin é passar a ideia de que o paulista tem mais condições de dar seguimento a uma agenda de reformas e recuperação econômica. Para tucanos, o desgaste de Lula no aspecto ético não está consolidado, como indica a queda no índice de rejeição ao petista detectada na pesquisa Datafolha – chegou a 57 pontos porcentuais em 2016 e no mais recente levantamento atingiu 39 pontos.

Melindres
A fala de Alckmin na convenção estava sendo cuidadosamente construída ontem para evitar melindres com o próprio partido e com a gestão do presidente Michel Temer.

O governador paulista passa a comandar o PSDB na crise mais aguda da legenda – dividida em relação ao governo federal, também atingida pela Operação Lava Jato, hesitante na defesa de bandeiras históricas, e sob críticas e a desfiliação de importantes teóricos. Por isso, vai insistir na necessidade de união interna do partido.

Conforme auxiliares, Alckmin adotará um tom “incisivo” ao dizer que o PSDB “está vivo” e tem força para liderar o movimento do “próximo ciclo” da política.

No momento em que o PMDB fala em lançar um candidato da base governista para defender o legado de Temer, o governador paulista vai se comprometer com a reforma da Previdência e o ajuste fiscal. Alckmin ainda resiste, porém, em fazer explícita defesa do presidente.

O pedido de demissão de Antonio Imbassahy da Secretaria de Governo, anunciado ontem, ajudou a aliviar a tensão no PSDB. Segundo o senador Tasso Jereissati (CE), Alckmin vai anunciar que o partido já não é mais da base governista, mas apoia as reformas.

Embora a sigla ainda resista a fechar questão, a partir de segunda-feira, o paulista deverá fazer uma ofensiva pela reforma da Previdência. “Nossa posição é favorável às reformas, em especial a da Previdência. Defendemos uma agenda reformista, de competitividade e modernização.”

Alckmin vai substituir na presidência do PSDB o senador Aécio Neves (MG), alvo de inquéritos criminais e acusado de corrupção com base na delação da J&F. Aliados aconselharam Aécio a não comparecer ao evento. Se for, o mineiro deverá ter uma participação discreta.

O governador de Goiás, Marconi Perillo – que, com Tasso, abriu mão de disputar a presidência do partido -, vai ocupar a primeira-vice-presidência e pode assumir a legenda em agosto para que Alckmin eventualmente se dedique exclusivamente à campanha presidencial.

O governador se reuniu nesta sexta-feira com o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB-AM). A reunião, que ficou fora da agenda oficial, ocorreu no gabinete do senador Roberto Rocha (PSDB-MA). A reportagem apurou que Alckmin tentou convencer Virgílio a abdicar da disputa.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?