metropoles.com

AGU entra com recurso no STF contra depoimento presencial de Bolsonaro

A defesa do presidente alega que ele tem o direito de prestar o depoimento por escrito, no caso da investigação de interferência na PF

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Jair Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entrou nesta quarta-feira (16/9), atráves da Advocacia-Geral da União (AGU), com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do ministro Celso de Mello que determinou que o chefe do Executivo federal prestasse um depoimento presencial no âmbito das investigações que apuram se ele tentou interferir politicamente na Polícia Federal.

A defesa do presidente quer garantir o direito de Bolsonaro de prestar o depoimento por escrito. Um dos precedentes do Supremo usados pela AGU foi a decisão tomada em 2017, pelo ministro Luís Roberto Barroso, ao permitir que o então presidente Michel Temer apresentasse esclarecimentos por escrito sobre uma investigação envolvendo irregularidades no setor portuário.

“Note-se: não se roga, aqui, a concessão de nenhum privilégio, mas, sim, tratamento rigorosamente simétrico àquele adotado para os mesmos atos em circunstâncias absolutamente idênticas em precedentes muito recentes desta mesma Egrégia Suprema Corte”, afirmou a AGU ao STF.

A avaliação de integrantes do primeiro escalão do governo é que era preciso confrontar o tratamento diferenciado a Jair Bolsonaro em relação a outras presidentes que também prestaram depoimento.

No recurso, a AGU pede a reconsideração da decisão de Celso de Mello ou que a determinação de depoimento presencial seja suspensa, até que o recurso seja julgado pelo STF.

Acusação de Moro

Na semana passada, Celso de Mello divulgou decisão em que contrariou o procurador-geral da República, Augusto Aras e determinou que Bolsonaro prestasse depoimento pessoalmente, no inquérito que apura suposta interferência na Polícia Federal, aberto após acusação do ex-ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública.

O ministro do Supremo não adotou o procedimento sugerido pelo chefe do Ministério Público Federal, para quem o depoimento poderia ser tomado por escrito.

Em sua decisão, Celso de Mello destacou que a possibilidade de depoimento por escrito é uma prerrogativa de presidentes apenas quando são testemunhas, e não quando são investigados – o que é o caso.

O inquérito foi aberto em abril após Sérgio Moro pedir demissão apontando interferência indevida na PF. O ex-ministro entregou o cargo por não concordar com a demissão do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, determinada por Bolsonaro

Relator do caso, Celso de Mello também autorizou Moro a enviar perguntas a serem respondidas pelo presidente. Os questionamentos deverão ser feitos por meio dos advogados do ex-ministro.

7 imagens
Moro e Bolsonaro
Sergio Moro e Tarcísio não vão à confraternização de Bolsonaro
Moro enfrenta Bolsonaro em um processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-juiz saiu do governo após, segundo ele, ter sido pressionado pelo presidente a interferir politicamente na Polícia Federal
Moro enfrenta Bolsonaro em um processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-juiz saiu do governo após, segundo ele, ter sido pressionado pelo presidente a interferir politicamente na Polícia Federal.
Antes aliado, o ex-ministro Sergio Moro acusa o presidente Bolsonaro de interferência política na PF
1 de 7

Moro enfrenta Bolsonaro em um processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-juiz saiu do governo após, segundo ele, ter sido pressionado pelo presidente a interferir politicamente na Polícia Federal.

Andre Borges/Especial Metrópoles
2 de 7

Moro e Bolsonaro

3 de 7

Sergio Moro e Tarcísio não vão à confraternização de Bolsonaro

Andre Borges/Esp. Metrópoles
4 de 7

Moro enfrenta Bolsonaro em um processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-juiz saiu do governo após, segundo ele, ter sido pressionado pelo presidente a interferir politicamente na Polícia Federal

Igo Estrela/Metrópoles
5 de 7

Moro enfrenta Bolsonaro em um processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-juiz saiu do governo após, segundo ele, ter sido pressionado pelo presidente a interferir politicamente na Polícia Federal.

Hugo Barreto/Metrópoles
6 de 7

Antes aliado, o ex-ministro Sergio Moro acusa o presidente Bolsonaro de interferência política na PF

Isaac Amorim/MJSP
7 de 7

Antes aliado, o ex-ministro Sergio Moro acusa o presidente Bolsonaro de interferência política na PF

Reprodução

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?